Defesa de Eduardo Bolsonaro diz que ataque a Míriam foi “mera piada”
Filho do presidente é acusado de quebra de decoro por debochar da tortura sofrida pela jornalista na ditadura militar
atualizado
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Na representação na qual é acusado de quebra de decoro por ter debochado da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão durante a ditadura militar o filho do presidente alegou que sua manifestação foi uma “mera piada”, um “chiste”.
Em abril, Eduardo reproduziu um artigo de Míriam, no qual ela argumentava não ser possível tratar como iguais Lula e Bolsonaro, um “um inimigo confesso da democracia”. No post, ele adicionou o comentário: “ainda com pena da cobra (representada por um desenho)”. Era uma referência ao fato de a jornalista, durante sua prisão pelo regime, ter sido exposta numa cela ao lado de uma cobra.
Mas o deputado não viu maldade, quebra de decoro ou ofensa à jornalista. Sua defesa, apresentada pela advogada Karina Kufa, sequer cita que a referência tem a ver com o regime de exceção que atingiu o Brasil entre 1964 a 1985. Diz ter se tratado de uma resposta “jocosa”, uma “piada” ao comentário de Míriam.
“O comentário objeto da presente representação se tratou de mera piada, ou seja, chiste…Por ter tido a intenção de jocosidade que o representado (Eduardo) jamais teve a intenção de incitar ou realizar apologia à tortura” – argumentou a defesa do parlamentar.
A defesa de Eduardo Bolsonaro diz ainda que se tratou de de um “comentário inofensivo quanto um ato político”.
Quatro partidos – PSol, PT, REde e PCddoB – entraram com a ação contra o deputado. O presidente do Conselho de Ética, Paulo Azi (União-BA), escolheu como o relator desse caso Hiran Gonçalves (PP-RR), um deputado do Centrão e aliado do Palácio do Planalto.