Defesa de Cid quer oferecer mais, mas PF acredita que tem o bastante
Nova fase da investigação sobre trama do golpe vai deixar de usar delação de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
atualizado
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Os 23 depoimentos de quinta-feira (22/02) iniciaram uma nova fase da investigação sobre o plano de golpe de Jair Bolsonaro (PL), seus ministros e militares. Com as informações coletadas nas oitivas, juntamente com os materiais já organizados há quase um ano, os agentes da Polícia Federal (PF) acreditam ter elementos para avançar mais uma casa na investigação.
Esse avanço, segundo integrantes da força-tarefa, significa que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, não será mais usada para embasar novas fases da investigação sobre o golpe. A avaliação é que a PF já conseguiu tudo o que podia conseguir de Cid.
No entanto, a defesa do militar quer oferecer mais e está inclinada a pedir mais um depoimento e a entregar mais dados sobre a trama golpista. A estratégia é para conseguir mais elementos que beneficiem Cid e sua família, que está implicada com o esquema de venda das joias sauditas.
Os policiais federais acreditam que a investigação tem, até o momento, tudo para avançar ainda mais contra os idealizadores da tentativa de golpe. É importante destacar, no entanto, que os investigadores não acreditam ter o suficiente para oferecer indiciamentos (por enquanto).
A operação Tempus Veritatis teve como base o depoimento de Mauro Cid, conforme o blog antecipou aqui. Agora, a intenção dos PFs é que a investigação caminhe conforme os depoimentos de ontem e as provas já coletadas sobre a trama golpista.