Declaração de general sobre Lula não o diminui no Comando do Exército
General Tomás Paiva aparece em gravação falando em “escolha indesejada” de Lula, mas pede respeito ao resultado das urnas
atualizado
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O surgimento do áudio revelando declarações do hoje comandante do Exército, Tomás Paiva, pode criar desconfianças no PT e no governo, mas não tira a confiança do presidente Lula e do ministro da Defesa, José Múcio, no seu trabalho.
O podcast “Roteirices”, editado pelo jornalista Carlos Alberto Jr., apresentou o teor de uma gravação na qual Paiva diz a subordinados, dias antes de ser escolhido comandante, que a vitória de Lula era “indesejada”, mas que não havia razão alguma para se acreditar em fraude. “Não dá para falar com certeza em qualquer tipo de irregularidade”, disse.
Paiva também apontou interferência política de Bolsonaro nas tropas.
O general, na antevéspera da demissão de seu antecessor no comando, o general Júlio César de Arruda, num discurso para a tropa, fez defesa da democracia e que era preciso reconhecer a vitória de Lula. Foi com essa declaração pública, e ainda sem ter conhecimento da reunião com subordinados, tornada pública agora, que Lula o nomeou.
Era o nome certo, na hora devida e para o lugar exato. E mesmo agora com a declaração que Lula foi até mesmo dele uma escolha indesejada, não há disposição no governo para trocá-lo. Até porque é difícil encontrar general da ativa que ao menos considere legítima a vitória do petista.
Lula, agora, preferiu olhar o copo meio cheio da gravação de Paiva, que critica Bolsonaro e defende a legitimidade da eleição. Fechou os olhos para a outra metade, a da “vitória indesejada”.