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Como a imprensa argentina retratou os 100 dias de Milei

Elogios à política econômica, críticas aos impactos sociais de suas medidas

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Imagem de Javier Milei, presidente da Argentina, discursando em um púlpito. Ele sorri e mexe nos óculos - Metrópoles
1 de 1 Imagem de Javier Milei, presidente da Argentina, discursando em um púlpito. Ele sorri e mexe nos óculos - Metrópoles - Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

Aumento da pobreza, recessão, inflação em queda mas ainda muito alta, superávit primário, decreto ultraliberal derrubado pelo Congresso, polêmicas  com a vice-presidenta, fim dos subsídios são alguns dos principais fatos dos cem primeiros dias do governo Milei na Argentina. E os três principais jornais da Argentina tem uma olhar distinto sobre esse período.

Desde de as primárias o Clarín tem um olhar condescendente com o economista que lidera o país. O jornal exala otimismo com os números econômicos iniciais, sobretudo pela política cambial, “a grande surpresa foi o dólar.” Editorial afirma que “o mercado começa a acreditar em Luís Caputo e Santiago Bausilli”, ministro da Economia e presidente do Banco Central, respectivamente.

A edição especial dá espaço para uma análise positiva do britânico The Economist, assegurando que o mandatário tem um verdadeiro êxito econômico, com o superávit primário e o aumento das reservas em dólar, ainda que faça uma advertência sobre desafios com a recessão e pobreza. Em resumo, sentencia: o FMI está satisfeito.

O La Nación segue a mesma linha positiva, em uma edição com uma arte mais equilibrada separando os temas em realizações, sob avaliação e déficits. Como o Clarín, sobram elogios às medidas econômicas. Para o jornal, Milei “recuperou a centralização no Poder Executivo, perdida durante o governo de Alberto Fernández. O diário aprova o protocolo anti-manfestações do governo.

A política externa, principalmente os ruídos com Brasil e China estão sob avaliação e precisariam melhorar. A publicação pede ajustes também na relação com os governadores, marcada por ameaças mútuas e diálogo ríspido. Entre as críticas, Milei está devendo criar uma estratégia e uma agenda com o Congresso, para que consiga aprofundar suas reformas, assim como sua falta de experiência administrativa produz vazios com a demora na nomeações, deixando órgãos acéfalos.

Já o Página 12, o maior jornal progressista do país segue uma linha completamente oposta, sublinhando os impactos sociais da política econômica do governo, a subida dos preços, o aumento da pobreza e as derrotas políticas de Milei.

O diário cita três dos vários problemas no governo. A prática de violência e ódio como regra para lidar com a oposição e com qualquer grupo que pense diferente; a incapacidade do governo de definir um plano institucional contra a pobreza e a repressão contra movimentos sociais que exigem tal política. Por fim, afirma que é trágica a situação dos aposentados, um dos setores mais vulneráveis da sociedade argentina.

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