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Comissão de Anistia aprova indenização de R$ 100 mil a Paulo Okamotto

Anistiado político, amigo de Lula teve pedido de prestação pecuniária rejeitada por Damares Alves, em 2019

atualizado

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Igo Estrela – Metrópoles
Paulo Okamotto
1 de 1 Paulo Okamotto - Foto: Igo Estrela – Metrópoles

A Comissão de Anistia do governo Lula aprovou na tarde desta quarta-feira a ratificação da condição de anistiado político de Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT.

Amigo de Lula da época do sindicalismo no ABC, Okamotto receberá ainda uma reparação econômica de R$ 100 mil. Em 2019, a então ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, negou a indenização em recurso do petista e chegou a declarar que não pagaria “um centavo” a ele.

Okamotto foi perseguido pela ditadura, que fez uma intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1983, quando ele era tesoureiro da entidade. Ele teve seus direitos sindicais cassados, mas não perdeu seu emprego de ferramenteiro  empresa Inbrac, em Diadema, em São Paulo.

O amigo do presidente nunca foi preso ou torturado, mas foi monitorado pelos militares até mesmo depois da redemocratização. No seu processo na comissão, foram anexados vários registros de diversos serviços de informações da época da ditadura acompanhando seu passo, até mesmo em reuniões do PT.

Okamotto teve sua condição de anistiado aprovado por essa comissão, em 2009, ainda no governo Lula. Mas não requereu qualquer indenização financeira, seja em prestação única ou prestação mensal, as duas modalidades.

Depois, ele recorreu reivindicando recursos depois. Alegou que no primeiro pedido, feito por ele mesmo, não tinha noção de seus direitos pela perseguição que sofreu no passado.

Para ter seu recurso julgado nesta quarta, Okamotto recorreu à Justiça, que obrigou a Comissão de Anistia a julgá-lo. Seu advogado avalia entrar com um recurso e, em vez da prestação única de R$ 100 mil, reivindicar uma prestação mensal, o que foi negado pelos conselheiros.

No final, a presidente da comissão, Eneá Stutz, com todos de pé, pediu desculpas a Okamotto em nome do Estado pela perseguição na época da ditadura. O amigo de Lula não compareceu ao julgamento, que ocorreu no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

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