Com Torres livre, há ainda 292 presos envolvidos com ato golpista de 8 de janeiro
Na lista há coronel da PMDF e tenente-coronel da Aeronáutica
atualizado
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Anderson Torres deixou a cadeia depois de 117 dias na noite de quinta-feira (11/5). O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro (PL) e ex-secretário da Segurança Pública de Ibaneis Rocha (MDB) é um dos mais encrencados na justiça pela omissão –ou apoio– ao ato golpista de 8 de janeiro, em Brasília.
Com a saída de Torres, outros 292 implicados continuam presos sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O coronel Jorge Eduardo Naime é um deles. Ele está preso há 93 dias e era em 8 de janeiro o comandante da Polícia Militar do Distrito Federal. Nesta última semana, associações de PMs e bombeiros militares divulgaram uma nota em que pedem a revogação da prisão e dizem que Naime está sofrendo “profunda tristeza”. Ele é suspeito de ter facilitado a vida dos golpistas naquele dia.
Figura que também ilustra a lista de presos, o tenente-coronel da reserva da Aeronáutica, Euro Brasílico Vieira Magalhães está detido no Rio de Janeiro desde 18 de abril. Ele era presença constante no acampamento bolsonarista de Brasília e produzia vídeos com incitações golpistas.
Ao todo, 2.195 pessoas foram presas pela manifestação que deixou as sedes dos Três Poderes destruídas. Destas, 292 continuam detidas. A Polícia Federal já cumpriu 11 fases da operação Lesa Pátria e a Procuradoria-Geral da República (PGR) montou um grupo de trabalho para apurar a omissão de autoridades e militares no ato golpista.
Ontem, a PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão relacionados a suspeitos de financiar os atos de 8 de janeiro. Há empresários, produtores rurais e CACs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos) entre os alvos. Bloqueios de bens podem chegar a R$ 40 milhões.