Com Lula no poder, os novos discursos e palavras de ordem na Esplanada
“Sem anistia”, uma referência a Bolsonaro, “boa tarde, presidente”, saudação a Lula, e “todos, todas e todes” nos discursos são as novidades
atualizado
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Os dois primeiros dias de governo de Lula trouxeram novidades diversas na gestão do país. Novos ministros foram empossados, com mais ministérios, perfis bem distintos do que governo que saiu e atos do antigo presidente revogados.
As mudanças não foram só nesse campo. Nas posses ocorridas até agora, surgiram novas expressões, palavras de ordem e discursos, que se repetem nessas cerimônias.
Por exemplo: pegou, durante as solenidades de posse, o grito dos petistas contra qualquer concessão a Jair Bolsonaro. É a palavra de ordem “sem anistia”. Repetida toda vez que há críticas a Bolsonaro e seu comportamento como governante. Essa manifestação surgiu ainda na posse do presidente, no domingo, na praça dos Três Poderes, quando Lula se referiu criticamente à gestão do antecesssor.
Outra “mania” entre os petistas é repetir nessas solenidades as saudações feitas pelos apoiadores de Lula que permaneceram em frente à Polícia Federal, em Curitiba (PR), quando o petista esteve preso. São os “bom dia, presidente” e o “boa tarde, presidente”. Os petistas saudavam assim o petista, do lado de fora.
O governo Lula também incorporou nas solenidades, inclusive no Palácio do Planalto, a expressão “todes” ao se referir a plateia presente. O locutor oficial sempre dá bom dia, ou boa tarde, a “todos, todas e todes”. A expressão, de linguagem neutra, se refere a todas as pessoas, independentemente do gênero.
Esse “todes” gerou a oposição, no Congresso Nacional, da bancada religiosa. A própria ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que é deputada do União, pelo Rio, é autora do projeto que veda o uso dessa linguagem neutra nas escolas, como revelou o Metrópoles, semana passada.
Na posse de Silvio Almeida, ontem, como novo ministro dos Direitos Humanos, se ouviram, por exemplo, as três expressões: o bom dia a todos, todas e todes, saudou a locutora aos presentes; o próprio Almeida, no discurso, desejou bom dia ao presidente; e, após críticas do ministro – que afirmou ter herdado uma gestão de “desastre” – o público gritou “sem anistia” a Bolsonaro.