Cinco cotados para ministério de Lula eram do DEM até início deste ano
Legenda já se chamou PFL, PDS e Arena e foi sustentação da ditadura militar
atualizado
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A gênese do Democratas – que se uniu ao PSL e virou União Brasil em março deste ano – é a seguinte: era o antigo PFL, que antes se chamava PDS e que começou como Arena. Foi o partido de sustentação da ditadura militar e que acolheu alguns dos generais presidentes. E ditadores.
Pelo menos quatro deputados e uma deputada que até março deste ano eram filiados ao DEM – todos hoje no União – estão cotados para ocupar três ministérios no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, preso pelos militares naquele período.
Esse partido sempre rivalizou com o petismo. A ponto de um de seus fundadores, o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) declarar ser preciso “acabar com a raça do PT”.
O líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA) foi do DEM de 2013 a 2022. Na campanha eleitoral fez duros ataques a Lula, o chamou de “ladrão” e “corrupto”, e pode ir para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Há resistência de petistas.
Dorinha Seabra (União-TO), que se elegeu senadora, tem seu nome citado para a mesma vaga. Ela se elegeu três vezes deputada federal pelo DEM. Outro da legenda lembrado para esta pasta é do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que foi do PFL e do DEM por 16 anos.
Paulo Azi (União-BA) já passou pelo PFL e foi duas vezes deputado estadual pelo DEM e uma vez federal. É cotado para assumir o Ministério das Comunicações. Para ceder esta vaga ao neoaliado União, Lula retirou a indicação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para esse cargo.
O deputado Juscelino Filho (União-MA), que também já foi do DEM, é o nome do partido para o Ministério do Turismo.
Lula deve anunciar na manhã desta quinta os nomes ministérios restantes de seu governo.