Deputados e senadores do Centrão avisaram, por meio de interlocutores, a intenção de rejeitar o veto do presidente Lula (PT) em relação aos R$ 5,6 bilhões destinados a emendas de comissão. Esses congressistas sinalizam a possibilidade de manter o veto apenas se o governo apresentar uma alternativa que contemple integralmente o valor.

Uma das alternativas em consideração é a elaboração de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), que “reapresente” o valor original, permitindo que os próprios congressistas decidam sobre a destinação do dinheiro, sendo um teste para avaliar a manutenção ou queda do veto.

Os deputados e senadores até aceitariam o PLN, mas querem os R$ 5,6 bi, nem um centavo a menos. O governo, no entanto, quer oferecer pelo menos 40% do valor, segundo apurou o blog.

O veto coloca mais lenha na fogueira na relação entre o Palácio do Planalto e o Legislativo. O governo até avalia que o momento é ideal para tomar medidas consideradas controversas, mas não esperava uma reação tão latente dos congressistas em meio ao recesso parlamentar.

Diante desse cenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi instado a convocar uma reunião para a próxima segunda-feira (29/01) com líderes partidários, visando discutir esse impasse e outros pontos relevantes.

Além do veto aos R$ 5,6 bi, os congressistas estão irritados com a Medida Provisória da reoneração gradual da folha de pagamento e à revogação da isenção fiscal concedida a líderes religiosos.