Campanha de Lula quer reverter ação da PF em Alagoas a seu favor
Objetivo é demonstrar aos eleitores que se tratou de uma perseguição política, de Lira e Bolsonaro, às vésperas da eleição
atualizado
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A campanha de Lula quer transformar a ação da Polícia Federal contra o governador de Alagoas, Paulo Dantas, do MDB, em uma “oportunidade eleitoral”. Dantas, que é candidato à reeleição no segundo turno, foi alvo de uma operação ontem numa ação que investiga suposto desvio de R$ 54 milhões por uso de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa, num esquema de “rachadinha”.
O emedebista tem o apoio de Lula, que anunciou ontem à noite que seguirá a seu lado em Alagoas e não irá desmarcar agenda nesta semana no estado. O petista classificou a ação da PF como “precipitada” e que “cheira a suspeição”. Ele deu essa declaração na noite de ontem, após comício na Baixada Fluminense.
Com Renan Calheiros à frente, a estratégia, que já começou a ser colocada em prática ontem, é demonstrar que a operação Edema, que afastou Dantas do cargo, é uma perseguição política de Arthur Lira e Jair Bolsonaro. E teria o propósito também de dificultar a vida de Lula no estado, onde o petista recebeu 63% dos votos, contra 31% do principal opositor.
Dantas terminou o primeiro turno na frente, com 46,64%. Seu adversário, o senador Rodrigo Cunha, do União Brasil, recebeu 26,77%.
Renan Filho, ex-governador e senador eleito este ano, atacou a operação e responsabilizou Lira:
“Tem o mau cheiro de uso político e de desespero pela derrota do candidato de Arthur Lira nas urnas”.
O senador Renan Calheiros acompanhou o filho na reação a essa ação da PF, autorizada pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Alagoas é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades. Pedi a troca do superintendente, cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo. Lira levou uma surra.Vencemos em 83 cidades, elegemos o senador e temos 60% dos votos no 2º turno (Ibrape)”.
Lira também recorreu às redes sociais para responder a Renan, com quem mantém uma rivalidade no estado.
“Ficou claro o porquê de Renan ter pedido o afastamento do superintendente da PF em Alagoas. Queria abafar a operação Edema. Ao que parece, Renan quer mesmo é esconder embaixo do tapete as denúncias de corrupção que envolvem o seu grupo político e manter o poder em Alagoas”.