Uma das alterações feitas pela comissão do Congresso que mexeu na organização dos ministérios foi transferir o Cadastro Ambiental Rural, o CAR, do Ministério de Meio Ambiente para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Púbicos.

Esse cadastro é o registro de imóveis rurais no país e que permite fiscalizar se essas propriedades estão fazendo desmatamento ilegal ou não. É uma ferramenta importante para autuações.

No governo de Jair Bolsonaro, o CAR estava vinculado ao Ministério da Agricultura, pasta que é cercada por interesses do agronegócio. 

Na reforma de Lula, no início do governo e com uma medida provisória, esse cadastro foi para a pasta de Marina Silva. E, agora, percebendo do risco de os ruralistas levá-lo de volta a Agricultura, a Casa Civil negociou com o relator da medida que o CAR fosse para a pasta da Gestão.

Levar o CAR para o ministério de Esther Dweck foi evitar um “mal maior”, que seria seu retorno para Agricultura.

Marina e Esther têm ótimo relacionamento, ainda que a ministra do Meio Ambiente preferisse ficar com o cadastro.

“Antes, estava na Agricultura. O Ministério da Gestão também não vai dispor dessa estrutura. O Serviço Florestal Brasileiro continua no Ministério do Meio Ambiente. Como o Ministério da Gestão vai dar conta de fazer tudo aquilo que o Serviço Florestal fazia, sendo o CAR uma das questões do sistema, um dos instrumentos do sistema?” – disse Marina em audiência pública na Comissão do Meio Ambiente nesta semana.

Mas, se é para mudar, Marina prefere que fique com Esther do que sob o guarda chuva do ministro Carlos Fávaro (Agricultura).