Brasil admite possível não conclusão de acordo UE-Mercosul até 7/dez
País deixará presidência do bloco com negociações avançadas, mas com pessimismo em relação à postura francesa
atualizado
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O Brasil deixa a presidência rotativa do Mercosul na próxima quinta-feira (07/12), quando passa o comando do bloco para o Paraguai. Principal foco deste mandato, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul já não está nos horizontes da diplomacia brasileira, que previa a conclusão até o fim deste ano.
A difícil missão de finalizar o acordo ganhou um revés no sábado (02/12), quando o presidente da França, Emmanuel Macron, se colocou contra a negociação. A resposta de Lula (PT) veio logo em seguida, dizendo que a postura francesa não configura na posição da União Europeia.
Apesar disso, o entrave francês pode fazer com que a falta de acordo perdure por mais algumas semanas. Atualmente, o contrato está em fase final de revisão e o entrave da questão ambiental é justamente o ponto que Macron é contra.
Em entrevista a jornalistas, o presidente francês disse que o acordo é “antiquado” e “contraditório”. “E é justamente por isso, por isso mesmo, que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo”, disse Macron.
Os países europeus buscam assegurar que a ampliação do comércio com o Mercosul não resulte em aumento da degradação ambiental no Brasil e nos demais países do bloco, como Argentina, Uruguai e Paraguai.
A pressa do Brasil em concluir o acordo até 7 de dezembro é pela posse de Javier Milei em 10 de dezembro. O presidente eleito da Argentina diz que é contra o acordo e pode atrapalhar a conclusão.
Há ainda a esperança do Brasil em fechar o acordo no próximo dia 5, quando o Rio de Janeiro recebe uma cúpula do Mercosul e da União Europeia no Museu do Amanhã. Essa será a última chance do Brasil fechar a negociação.