metropoles.com

Bolsonaro irá acabar com comissão que busca mortos pela ditadura de 64

Governo marcou para semana que vem reunião que encerrará trabalho da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, criada em 1995

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela – Metrópoles
Ato contra a ditadura -- Metrópoles
1 de 1 Ato contra a ditadura -- Metrópoles - Foto: Igo Estrela – Metrópoles

Na véspera da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o governo de Jair Bolsonaro irá acabar com a busca pelos restos mortais de desaparecidos políticos, vítimas da ditadura militar, que prendeu, torturou e matou os opositores do regime. Sua gestão sequer fez uma operação nesse sentido.

Está marcada para o próximo dia 14 reunião da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos que colocará ponto final nesse colegiado. O encontro foi marcado pelo presidente da comissão, Marco Vinícius de Carvalho, que foi nomeado para esta função pela ex-ministra Damares Alves, de quem é aliado político. A comissão é vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Na pauta, estão a apresentação sobre os trabalhos de Perus – cemitério clandestino localizado em São Paulo – e votação do relatório final, que diz que todos os esforços foram envidados em vão.

A comissão foi criada em 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e não se reúne há quase dois anos.

No relatório, o presidente da comissão tenta demonstrar que a comissão, nesses 27 anos, gastou muito dinheiro e mostrou pouca efetividade. Ele faz esse tipo de relação e fez questão de atualizar os valores desembolsados até hoje com indenizações, buscas de restos mortais de desaparecidos e reuniões e encontros de familiares das vítimas da ditadura.

O gasto total da comissão, segundo esse relatório, foi de R$ 59,6 milhões, mas corrigido até janeiro deste ano, este volume de recursos empregados foi de R$ 319,2 milhões.

Carvalho diz que enviará o relatório final a Jair Bolsonaro, que dará a palavra final e, com certeza, a favor de encerrar os trabalhos da comissão.

“Finda a apreciação dos requerimentos, a Comissão Especial elaborará relatório circunstanciado, que encaminhará, para publicação, ao Presidente da República, e encerrará seus trabalhos” – afirma Carvalho no relatório.

Governo tem maioria na comissão

O governo tem maioria para aprovar o encerramento da Comissão de Mortos e Desaparecidos.

Dos sete integrantes da comissão, o presidente Vinícius tem a maioria. Ele e mais três integrantes garantem a maioria dos quatro votos. Esses outros são os militares Weslei Maretti e Vital Lima dos Santos, além do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), um bolsonarista de carteirinha.

Do outro lado, contrário ao encerramento dos trabalhos estão Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, morto pela ditadura e cujo corpo jamais foi encontrado, e Diva Santana, irmão da militante comunista Dinaelza Santana, que atuou na Guerrilha do Araguaia e documentos oficiais demonstram que foi executada pelos militares. Seu corpo nunca foi encontrado.

O sétimo integrante da comissão é o procurador Ivan Cláudio Marx.

Essa reunião estava marcada para junho, mas foi cancelada “por motivo de impossibilidade de participação de muitos dos senhores”, diz o comunicado do governo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?