Bolsonaro apresenta biografia de Enéas, sua referência na ultradireita
Presidente recebe o primeiro exemplar de “Meu nome é Enéas” e o trata como um “político exemplar e de cultura extraordinária”
atualizado
Compartilhar notícia
Jair Bolsonaro é o autor da apresentação do livro “Meu nome é Enéas”, uma biografia do médico e político que é uma das referências do presidente na ultradireita e que se notabilizou pelo bordão que dá nome ao título da publicação.
O livro está sendo lançado agora, mas o presidente escreveu a apresentação em julho do ano passado. Na véspera do 7 de Setembro desta semana, durante missa que lembrou os quatro anos da facada que levou em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro recebeu o exemplar número 1 das mãos do professor Paulo Fernando, advogado e candidato a deputado federal pelo Republicanos no Distrito Federal, como mostra a imagem abaixo.
Bolsonaro tem Enéas, que morreu em 2007, como uma referência e sempre o elogiou, em especial quando deputado e próximo de disputar as eleições de 2018. Os dois têm posições comum: o nacionalismo, o combate ao comunismo, a defesa da comercialização do nióbio e a exploração mineral em terras indígenas.
O presidente, na Câmara, foi autor, junto com o filho Eduardo Bolsonaro, em 2017, de um projeto de lei que insere o nome de Enéas no Livro dos Heróis da Pátria. Mas a proposta não andou e, em 2021, foi devolvido pelo relator sem sequer alguma manifestação.
“Seu valoroso nacionalismo e sua oposição ao comunismo o qualificam como herói da pátria, por haver se somado aos defensores dos valores nacionais e ao conservadorismo patriótico, contribuindo assim para a defesa de nossa democracia e construção de um país mais justo, tendo empenhado sua vida sendo um brilhante profissional e, ao final, sendo um exemplo de político a ser seguido” – escreveram Jair e Eduardo na justificativa do projeto.
Enéas foi três vezes candidato à Presidência da República. Em 1989, quase sem tempo de TV, apenas 15 segundos, ele se notabilizou por falar rapidamente e encerrar com o bordão “Meu nome é Enéas”. Terminou em 12º lugar.
Em 1994, porém, foi o terceiro colocado, perdendo para Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ficou à frente de Leonel Brizola e Orestes Quércia. Sempre pelo Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional), fundado por ele.
Na apresentação do livro, Bolsonaro se refere a ele como um “político exemplar, um pai atencioso e uma pessoa de cultura extroardinária e pensamento incomum”.
Paulo Fernando escreveu a orelha do livro e diz a forma de comunicação de Enéas jamais foi igualada.
“O seu poder de comunicação nada ficava a dever às suas ideias. Vide o caso de seu bordão, “Meu nome é Enéas”, que o marcou” – argumenta Fernando.
O livro é de autoria do jornalista Renato Velloso e foi publicado pela Livraria Resistência Cultural Editora.