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Bolsonaristas se aliam à ala governista que apoia petróleo na Amazônia

Parlamentares ligados a Jair Bolsonaro cobraram de Marina Silva que reveja posição do Ibama e autorize perfuração de poços na região

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Fernando Frazão/Agência Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala do Comitê Orientador do Fundo Amazônia no BNDES Lula - Metrópoles
1 de 1 A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala do Comitê Orientador do Fundo Amazônia no BNDES Lula - Metrópoles - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os setores do governo que apoiam a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas ganharam alguns aliados nessa causa. Trata-se de um grupo de parlamentares bolsonaristas que questionaram a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) sobre sua relutância a essa possibilidade.

Um parecer do Ibama vetou a possibilidade de perfuração de poços na bacia da região amazônica.

Um desses aliados do ex-presidente que pressionou a ministra a rever essa postura foi Zé Trovão (PL-SC).

“Hoje, o Brasil tem a possibilidade de colocar em seus cofres mais de R$ 11 trilhões e simplesmente existe um laudo que fala que isso é impossível. Falamos da Petrobras perfurar poços na região amazônica. São 30 bilhões de barris a serem extraídos dali. Com esses recursos, poderia se levar recursos para saneamento, saúde e educação para a região” – disse Zé Trovão, durante audiência pública com a presença de Marina Silva, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

“Peço à senhora um pouco de consciência. O país está indo à bancarrota”, completou o parlamentar.

Outro bolsonarista defensor de poços de petróleo na Amazônia, o deputado Capitão Alberto (PL-AM) afirmou que o norte clama por crescimento econômico e também se dirigiu à ministra fazendo esse apelo.

“Precisamos aprovar a exploração de petróleo na região. A Petrobras já mostrou sua experiência. Não tem desastre na Petrobras. A empresa já mostrou ser viável isso, a 500 quilômetros da costa. Vamos rever e avançar na autorização na exploração da margem equatorial”, afirmou Alberto.

Outro parlamentar militar, e bolsonarista, o Delegado Fabio Costa (PP-AL) também defendeu a ideia e afirmou que o país pode dobrar sua produção de petróleo com a exploração de poços na Amazônia. E falou que a divergência no governo gerou uma “crise política”.

“Esse posicionamento do Ibama e do ministério acabou causando uma grave crise na base do governo. Ao ponto de levar o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, a sair do seu partido por divergir de seu posicionamento. Ele não está sozinho. Tem o ministro das Minas e Energia e o presidente da Petrobras, que defendem isso. Pergunto à senhora se irá pedir para sair novamente do governo?”, disse Costa.

Marina Silva respondeu que “não dou aval e nem nego de antemão”. E apoiou o posicionamento do Ibama sobre o petróleo.

“Se trata da decisão de um governo republicano, que respeita a lei, não é negacionista. Todos assinaram que precisa de avaliação ambiental estratégica. E o relatório foi assinado por dez técnicos do Ibama”, falou a ministra.

Presente na audiência, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, fez um histórico de pedidos de exploração de petróleo nessas áreas, que ocorre desde 2012,  e afirmou que não é papel do órgão fazer política energética. Ele disse ainda que a decisão do Ibama não é política e que já autorizou 23 licenças para a Petrobras neste ano. Outras 53 foram liberadas no ano passado.

“O Ibama pediu as complementações para a Petrobras por oito vezes. Então não é verdade que a gente não deu chance para a Petrobras melhorar a proposta. Se eu tivesse algo contra a Petrobras, eu não estaria licenciado atividades de exploração de petróleo”, disse Agostinho.

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