Bolsonaristas e petistas disputam comissão que controla inteligência
Parlamentares ligados à Lula e a Bolsonaro enfrentam no voto lugar em colegiado estratégico do Congresso
atualizado
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Este blog noticiou há uma semana que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) irá integrar a estratégica Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional. O parlamentar tem assento nesse colegiado por ser o líder da Minoria na Câmara.
Mas o projeto bolsonarista é ambicioso e os parlamentares aliados do ex-presidente querem dominar esse espaço, que é integrado por 12 membros, 6 deputados e 6 senadores. É uma comissão com acesso restrito a documentos obtidos por setores de inteligência do governo, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Gabinete de Segurança Institucional (GSI). É um órgão de controle externo dessas atividades.
Na semana passada, uma dessas vagas, na Câmara, foi disputada voto a voto. Os bolsonaristas queriam o assento que a Comissão de Relações Exteriores tem direito. O petista Carlos Zarattini (SP) enfrentou dois aliados de Jair Bolsonaro – Jefferson Campos (PL-SP) e Alfredo Gaspar (União-AL) – e os venceu. Por apertado 20 a 18, Zarattini derrotou Campos no segundo turno.
“Tem algumas comissões que os bolsonaristas se concentram mais, e querem ter a maioria. Exemplo é a Comissão de Segurança Pública, onde eles têm o controle total. Essa também é uma delas, mas vamos enfrentar. Vai ser sempre acirrado” – disse Zarattini ao blog.
Nem todos os 12 integrantes foram definidos. Eduardo Bolsonaro pode indicar um deputado, e o provável escolhido será o Delegado Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro.
O líder da Minoria Senado e também titular da comissão de inteligência é o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI). O senador também tem direito a indicar um colega e o cotado é o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS).