Bolsonaristas cobram respaldo de Lira sobre operação contra Zambelli
Dizem não achar “normal” ação contra o gabinete de Carla Zambelli
atualizado
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Com a operação da Polícia Federal que vasculhou o gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), bolsonaristas, como ela, tentaram contato pela manhã inteira com Arthur Lira (PP-AL). Não foram atendidos. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e foi avisada ao presidente da Câmara.
Os agentes da PF buscavam documentos que comprovem a ligação de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de tentar invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido da deputada.
Pelo menos três congressistas do PL tentaram contato com Lira ou seus assessores. O deputado Delegado Caveira (PL-PA) disse não achar “normal” o presidente da Câmara se calar sobre uma operação “ilegal”.
Esses deputados cobram respaldo do presidente da Câmara e dizem que a Casa toda é “atacada” quando o Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara permite operações da PF.
Mesmo que quisesse, Lira não atenderia o chamado dos colegas. Na mesma hora em que estava ocorrendo a operação contra a deputada, o presidente da Câmara cumpria agenda com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
De acordo com a Polícia Federal, os crimes que Zambelli e Delgatti são investigados aconteceram em 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes.
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou que a legenda não é conivente com os “eventuais erros cometidos por parlamentares”. Zambelli está largada à própria sorte.