Bolsonarismo embarca na CPI do Arroz, mas não tem previsão alguma
Deputados esperam aceno de Arthur Lira à extrema direita de olho na sucessão
atualizado
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O deputado Luciano Zucco (PL-RS) começou a coletar assinaturas para protocolar a criação de mais uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados. O congressista diz ter já quase 100 assinaturas coletadas para a CPI do Arroz; são necessários 171 apoios.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já teria embarcado na ideia do colegiado que obviamente vai impactar o governo. O objetivo da investigação é apurar o primeiro leilão de arroz no Rio Grande do Sul. Segundo Zucco, a compra de 263 mil toneladas de arroz tem indícios de direcionamento e favorecimento de empresas alinhadas ao governo. As quatro vencedoras também teriam usado laranjas para vencer o processo.
A empresa que mais levanta suspeitas é Wisley A. de Souza Ltda., que sob o nome fantasia Queijo Minas, venceu o leilão de R$ 736 milhões do governo para vender 147 mil toneladas de arroz. O caso fica estranho quando se analisado o capital social da empresa, que até o final de maio era de R$ 8 mil. Dias antes do leilão do governo, o capital subiu para R$ 5 milhões, o que permitiu a participação.
Para os bolsonaristas, a CPI é de grande importância para investigar já de início todos os processos de leilão, compra e licitação de serviços no Rio Grande do Sul.
No entanto, o colegiado não tem nem previsão de ser instalado, já que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem respeitado a “ordem de chegada” de instalação de CPIs. Na frente dessa, há outras nove.
Mesmo assim, bolsonaristas esperam um aceno de Lira, pensando na sucessão na Câmara. Com 95 deputados, o PL será o fiel da balança para eleger o próximo presidente da Casa e, se alinhado com Lira, pode eleger o candidato que for combinado.