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Atendimento para indígenas contaminados com mercúrio atrasa no Pará

Ministério da Saúde pede que doentes sejam transferidos para hospital de grande porte

atualizado

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Marcha dos povos indígenas em Brasília
1 de 1 Marcha dos povos indígenas em Brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

Representantes da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, estão em conversações com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) para integrar o Hospital Regional do Tapajós no atendimento aos indígenas da etnia Munduruku, que apresentam níveis preocupantes de mercúrio no organismo, segundo estudos realizados pela Fiocruz. Atualmente, as unidades de saúde básica na região do Médio Tapajós, incluindo as Casas de Saúde Indígena (Casai), carecem de recursos para exames complexos.

A implementação desse novo modelo de atendimento médico aos Munduruku está condicionada à decisão política do governador do Pará, Helder Barbalho. Caso seja aprovada, a medida permitiria que os indígenas tivessem acesso às instalações e ao quadro médico especializado do hospital.

A líder Munduruku, Alessandra Korap, manifesta expectativa quanto à aprovação do governador. “O governador tem que mostrar que realmente se importa com as causas indígenas. Não adianta apenas pegar os parentes e levar para a capital, enquanto as invasões continuam acontecendo nos territórios e o povo segue adoecendo por conta do mercúrio. A hora de se posicionar é agora”, declarou.

Apesar de recentemente adotar uma postura ambientalista, o governo de Helder Barbalho tem enfrentado críticas de grupos indígenas da Amazônia. Antes de buscar uma posição de liderança no debate sobre a preservação ambiental, Barbalho celebrou o Dia do Garimpeiro no Pará em 2021, antes de alinhar-se ao então candidato presidencial Lula (PT), instituindo oficialmente a data em 11 de dezembro através de um decreto publicado no Diário Oficial.

Apesar do Helder Barbalho apresentar hoje um discurso “verde”, seu governo tem sido criticado por organizações indígenas da Amazônia. Antes de pleitear o protagonismo no debate da preservação da Amazônia, Barbalho chegou a comemorar o Dia do Garimpeiro no Pará. No dia 25 de outubro de 2021, um ano antes de se aproximar do então futuro presidente Lula (PT), ele assinou um decreto publicado no Diário Oficial que instituiu essa data comemorada em todo 11 de dezembro.

O mercúrio é utilizado no processo de extração de ouro principalmente na mineração artesanal e em pequena escala devido à sua capacidade de formar uma amálgama com o ouro. Neste processo, o mercúrio líquido é misturado com o material que contém ouro triturado, permitindo que o mercúrio se ligue ao ouro, formando uma amálgama. Essa mistura é então aquecida, fazendo com que o mercúrio evapore e deixe para trás o ouro puro. Esse método é altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana, uma vez que o mercúrio vaporizado pode contaminar o ar, água e solo, além de acumular-se nos organismos vivos, provocando graves problemas de saúde e contaminação ambiental.

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