Ataques de Israel afastam chances de retorno de embaixador brasileiro
Frederico Meyer está no Brasil desde que o presidente Lula foi declarado persona non grata em Israel
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores ainda não definiu, e provavelmente não o fará nas próximas semanas, o retorno do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer. Avalia-se que a reintegração do diplomata só ocorrerá se as tensões entre Brasil e Israel diminuírem. O que não interesse a Israel
Segundo interlocutores no Itamaraty, as tensões não foram arrefecidas graças ao lado israelense. O ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, tem feito ataques, quase que diários, contra o presidente Lula (PT). A última postagem feita em português em seu perfil no X, mostra uma imagem feita por inteligência artificial em alusão ao petista, com uma placa dizendo “eu não falei holocausto” e exigindo desculpas do presidente.
Meyer está desde 19 de fevereiro no Brasil, depois que tomou uma reprimenda de Israel Katz no Museu do Holocausto de Israel. Naquele dia, Lula foi declarado persona non grata. O presidente mandou que ele voltasse diretamente ao Brasil, o que, em linguagem diplomática, é o primeiro passo para uma ruptura.
Como o blog mostrou, um possível rompimento com Israel não preocupa o Brasil. O Itamaraty avalia que o presidente Lula pode ser o iniciador de um movimento de denúncia contra o genocídio palestino na Faixa de Gaza.
Caso o rompimento democrático realmente aconteça, ele pouco influenciará a posição do Brasil internacionalmente. Entre os parceiros comerciais, Israel não aparece nem entre os principais do Oriente Médio. Na troca de conhecimento e tecnologia, Catar, Emirados Árabes Unidos e o Bahrein aparecem primeiro. Consequências econômicas, portanto, são nulas.