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Velhos novos trunfos de Bolsonaro (por João Bosco Rabello)

A reabertura da investigação do atentado na campanha de 2018

atualizado

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Bolsonaro sofre facada em Juiz de Fora, 2018
1 de 1 Bolsonaro sofre facada em Juiz de Fora, 2018 - Foto: Reprodução/Redes sociais

Além da aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara, dois velhos enredos ressurgem para alavancar a candidatura do presidente Bolsonaro ao segundo turno em 2022. A reabertura da investigação do atentado na campanha de 2018 e seu depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura interferência na Polícia Federal.

A decisão do TRF 1 de reabrir a investigação traz o atentado de 2018 para 2022, inserindo-o na campanha da reeleição. O depoimento à PF, que excluiu a defesa de Moro, é unilateral e de seu vazamento extrai-se apenas a iniciativa do ex-juiz de propor a submissão da PF ao presidente em troca da indicação ao Supremo Tribunal Federal.

De resto, essa é a afirmação de Bolsonaro desde o início do confronto que expeliu Moro de seu governo e, com ele, o compromisso de combate à corrupção, bandeira de campanha. Bolsonaro usou a prerrogativa de marcar hora e local do depoimento para fazê-lo sem a oportunidade de réplica de Moro, benefício que teve no depoimento do ex-juiz.

O golpe chega, não por acaso, quando Moro decide autorizar sua candidatura pelo Podemos, enfraquecido por uma acusação que responderá na condição de candidato à sucessão de Bolsonaro, o que o despe da isenção de que desfrutava até então. As duas investigações podem perdurar toda a campanha – e até além dela.

É mais um elemento desfavorável à esquerda, que Bolsonaro e filhos espertamente aglutinam nas legendas do PT e Psol. Isso resvala para o lado de Lula também – com a anunciada candidatura à Câmara do ex-procurador Deltan Dallagnol, de um lado, e Moro, de outro, rebatendo cada tentativa de declará-lo inocente.

A quebra de sigilo do advogado que socorreu o autor do atentado, Adélio Bispo, pode queimar etapas da investigação, mas, nesse caso, será sempre favorável a Bolsonaro, mesmo que não revele um autor de esquerda, como ele afirma. Vítima do ataque, qualquer resultado o favorecerá e a única hipótese em contrário não é nova, mas também não é crível – a de que o teria encomendado.

 

João Bosco Rabello escreve no Capital Político. Ele é jornalista há 40 anos, iniciou sua carreira no extinto Diário de Notícias (RJ), em 1974. Em 1977, transferiu-se para Brasília. Entre 1984 e 1988, foi repórter e coordenador de Política de O Globo, e, em 1989, repórter especial do Jornal do Brasil. Participou de coberturas históricas, como a eleição e morte de Tancredo Neves e a Assembleia Nacional Constituinte. De 1990 a 2013 dirigiu a sucursal de O Estado de S. Paulo, em Brasília. Recentemente, foi assessor especial de comunicação nos ministérios da Defesa e da Segurança Pública

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