Uma extrema direita marxista-leninista em ação! (por Paulo Baía)
As esquerdas incorporaram a democracia como valor universal e querem expandi-la. As direitas, as táticas revolucionárias de Wladimir Lenin
atualizado
Compartilhar notícia
A turba golpista que agiu em Brasília nos dias 12 de dezembro de 2022 e 08 de Janeiro de 2023 se portou como insurgente revolucionária.
Agiu seguindo métodos de manuais de insurgentes marxistas-leninistas clássicos dos século XIX e XX.
É curioso como existem apropriações de natureza diferente no Brasil.
As esquerdas incorporaram a democracia como valor universal e querem expandi-la.
As direitas, as táticas revolucionárias de Wladimir Lenin.
Temos no momento um cenário sociopolítico pré-revolucionário de extrema direita com agentes revolucionários de direita infiltrados nas forças armadas militares, nas forças policiais das seguranças públicas dos 26 estados federados e do distrito federal, dos corpos de bombeiros militares e defesa civil militar em quase todos os entes federados.
Agentes infiltrados em todas as áreas e segmentos das máquinas públicas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
Essa infiltração da extrema direita que aconteceu com o governo Jair Bolsonaro, de 01 de Janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022, se faz presente também nos Ministérios Públicos Estaduais, Federais e Poderes Judiciários.
O Estado Democrático de Direito e a República estão minados no Brasil.
Mesmo com esse cenário pré-revolucionário de extrema direita com táticas, estratégias, agitação e propaganda de viés marxista-leninista, as instituições da República, as instituições da sociedade civil e a imprensa estão sendo um contraponto estratégico de defesa da democracia como forma civilizatória de vida no Brasil e do Estado Democrático Constitucional de Direito brasileiro.
O Estado de Direito no Brasil não está canceroso e terminal, está com imunidade elevada e proativo.
É uma inversão curiosa e atípica, ter uma extrema direita revolucionária de recorte operacional marxista-leninista.
Pensem nisso!
Paulo Baía. Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ