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Ulysses baixa em Mandetta na CPI da Covid (por Vitor Hugo)

Ex-ministro da Saúde abre caminho para se firmar como o nome da terceira via na eleição presidencial

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do ex-ministro de Estado da Saúde Luiz Henrique Mandetta
1 de 1 Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do ex-ministro de Estado da Saúde Luiz Henrique Mandetta - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Os primeiros movimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada, no Senado, para apurar malfeitos e omissões durante a pandemia da Covid-19, do governo federal e seu “aparato de defensores da Cloroquina” (comandados pelo senador gaúcho Luiz Carlos Heinze) e negacionistas das conquistas da ciência e das boas práticas da medicina, para a saúde pública e privada, deram ao jornalista a nítida sensação da presença anímica do falecido deputado Ulysses Guimarães no ambiente do depoimento, dia 3, do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que abriu trilhas preciosas para as investigações do colegiado parlamentar.

A fluência, a noção da relevância da informação, e o bom humor – a alma enfim – do histórico presidente da Câmara baixou sobre a cabeça e as palavras do ex-titular da pasta da Saúde, nos primeiros embates da CPI da pandemia no País, na visão do ateu que crê em milagres. O espírito lúcido do velho timoneiro, da resistência nos anos loucos da ditadura militar, parecia bailar no recinto do Congresso, encarnado no primeiro gestor da Saúde no Governo Bolsonaro e ex-deputado do DEM de Goiás, que saiu-se melhor que as expectativas. Em especial as jornalísticas.

Ganhou realce ainda maior, no depoimento do ex-ministro, o fato dele ressaltar três pilares: a base e inspiração na ciência, competência em medicina e gestão pública, revelação de fatos e distribuição de pistas cruciais para a sequência das apurações, tudo aliado a notável capacidade verbal e de argumentação, dom precioso neste tempo de xingamentos baratos, ofensas pessoais ou notícias falsas lançadas irresponsavelmente em qualquer ambiente, até numa CPI.

Isso torna-se mais evidente, quando comparado ao (mal) exemplo do seu substituto na pasta: o frio na barriga que levou o general Pazzuello a apelar para atestado médico e adiar sua ida à comissão, sob o estranho argumento de ter tido contato com pessoas com Covid – ele que, praticamente, não fez outra coisa, sem usar máscaras nem ter precauções, em sua desastrosa passagem pela pasta da saúde – até a pandemia atingir o nível de catástrofe, agora, com mais de 415 mil mortes no País.

Na sua exposição, Mandetta, além de sugerir veredas de investigações específicas da CPI, abriu clareiras para a escolha de um nome de centro (ou Terceira Via) para a disputa presidencial já em pleno andamento. Desde suas primeiras palavras na CPI da Covid, Mandetta revelou-se compenetrado, focado e tomado pelo primeiro mandamento do Decálogo do Estadista e do homem público de Ulysses Guimarães – A Coragem – que em seu enunciado, reza: o pusilânime nunca será estadista: “Churchill afirmou que das virtudes a coragem é a primeira. Porque sem ela, todas as demais, a fé, a caridade, o patriotismo desaparecem na hora do perigo.

Há momentos em que o homem público tem que decidir, mesmo com risco de sua vida, liberdade, impopularidade ou exílio. Se m coragem não o fará…O medo tem cheiro. Os cavalos e cachorros, sentem-no, por isso derrubam ou mordem os medrosos. Mesmo longe, chega ao povo o cheiro de seus líderes”… Na mosca! O médico, gestor e político também pareceu vacinado – com duas doses – contra vaidades e o rasgar de sedas impróprios numa investigação deste porte. Além de revelar senso atilado na separação do joio do trigo no terreno minado em que estava pisando. Valeu!

Vitor Hugo Soares é jornalista. Editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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