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Trump X Kamala: destruição x sobrevivência (Eduardo Fernandez Silva)

Muitos, mas nem todos, respiraram aliviados com a nobre decisão do presidente Biden de se retirar da disputa pela presidência

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1 de 1 Imagem colorida de Kamala Harris e Donald Trump - Metrópoles - Foto: Getty Images

Muitos, mas nem todos, respiraram aliviados com a nobre decisão do presidente Biden de se retirar da disputa pela presidência dos EUA. Biden poderá desfrutar um merecido descanso, após sua longa e exitosa carreira política. Os norte-americanos, e nós, demais habitantes deste planeta, poderemos ter melhores chances?

São muitos os compromissos que têm de assumir quem se candidata à presidência da república, em qualquer país. Um antigo presidente do Banco Central dos EUA, Allan Greenspan, tendo trabalhado com vários presidentes do país, escreveu que gostaria de acrescentar uma emenda à constituição, que diria: “todo aquele, ou aquela, que for capaz de fazer tudo o que é necessário para se tornar presidente, será impedido de tomar posse”. Com tão grave advertência, como Trump, ou Kamala – se é que ela será confirmada – abordarão um dos mais graves e urgentes problemas globais da atualidade?

São dois os maiores desafios atuais: 1) acabar com a miséria e 2) (tentar) impedir o agravamento da mudança climática. Tratamos aqui do segundo repto.

Trump, negacionista, já disse reiteradas vezes, que as mudanças climáticas são uma farsa, e que em seu governo a orientação será, “furar, meu caro, furar”. Disse também que vai reverter toda a legislação, aprovada pelo Biden, que busca orientar os EUA rumo a uma economia de baixo carbono. Noutras palavras, em seu eventual governo serão amplificadas as causas das mudanças climáticas, cujas consequências são sentidas em todo o planeta, mais recentemente no Rio Grande do Sul.

Já a Kamala tem um histórico bem distinto, que dá alguma esperança na questão ambiental, mesmo lembrando da advertência do Greenspan. Enquanto vice-presidente, foi dela o voto de desempate para aprovar a legislação ambiental de Biden que, em sua carta de renúncia à candidatura, chamou de “a mais significativa legislação climática da história do mundo”. Ainda no início da sua carreira, como promotora distrital em São Francisco, ela criou a primeira promotoria de meio ambiente dos EUA. Mais tarde, ela fechou acordos multimilionários com empresas que violaram leis ambientais, entre elas a Volkswagen, a ConocoPhillips e outras. Como senadora, tornou-se copatrocinadora do Green New Deal, uma decisão parlamentar que propõe a rápida transição dos EUA para 100% de energia limpa, criando empregos bem pagos e  melhorias nos cuidados de saúde.

Como candidata nas primárias democratas de 2019 ela apresentou uma agenda bem mais ambiciosa que o Biden, incluindo imposto sobre o carbono, banir o fracking por óleo e gás em terras públicas e US$10trilhões de investimentos para combater as mudanças climáticas.

Dados esses históricos dos dois prováveis contendores na disputa presidencial nos EUA, todos entre nós que esperamos ver nossos filhos e netos vivendo em um mundo menos ambiental e, por conseguinte, humanamente degradado, devemos torcer pela vitória de quem admite a ciência e reconhece os riscos que todos corremos.

 

Eduardo Fernandez Silva . Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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