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Trair S.A. (por Tânia Fusco) 

Ofertas especiais para “quando a monogamia vira monotonia”

atualizado

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Ana Maria Serrano/Getty Images
Traição
1 de 1 Traição - Foto: Ana Maria Serrano/Getty Images

A amiga recebe um meme onde uma bela mulher, tipo madura, indaga o que é Ashley Madison?  Pergunta: Será alguma gíria dessas de Internet pra dizer alguma coisa disfarçada?

O meme pode ser inclusive só boa propaganda da Ashley Madison. Mas, naquele momento, interessava saber que P é essa tal de Ashley Madison?

A amiga indaga se eu sei? E vamos ao Google.

(Consegue imaginar a vida sem o Google?)

E eis que duas interessantes e espertas senhoras se descobrem também desinformadas e/ou desatualizadas.

Ashley Madison é uma rede social de namoro on-line, voltado principalmente para pessoas que já estão em um relacionamento e foi lançado em 2001. O nome do site foi criado a partir de dois populares nomes femininos nos EUA: “Ashley” e “Madison”. Seu slogan é Life is short. Have an affair”. Assim explica a Wikipédia, fugindo de dizer explicitamente que é um site para relações extraconjugais.

Você sabia?

“A vida é curta. Curta um caso”. Incentiva o site Ashley Madison que não está sozinho no novo-velho mundo dos encontros extraconjugais. Mais agressiva na propaganda, há ainda a Sasha7 que, no Google, se diz mais eficiente do que a Ashley Madison e vai direto ao ponto: “Casado, mas procurando? Pule a cerca!”

Para comparar quem tem o melhor menu é preciso se “filiar” aos sites. A filiação tem seu preço e os pagamentos podem ser feitos pelas vias tradicionais – Pay Pal, cartões de credito, ordem de pagamento.

O Pix ainda não é oferecido. Mas o sigilo nos recibos é garantido. Se é que seja possível oferecer garantias na modalidade traição – sempre baseada em alguma forma de mentira, não?

Quem mente merece confiança? A questão não está em debate. Não vem ao caso.

Nos tempos das redes, Ashley Madison e Sashas7, que tem pinta de ser brasileiro, são sites de lazer sexual para casadas/os. Há outros. Todos com   ofertas especiais para “quando a monogamia vira monotonia”.

Quem quer, paga. Pagou, tem acesso a um menu especial, onde outros pagantes – sem restrições de gênero, raça, crença ou filiação partidária – estão buscando a mesma diversão.

Talvez, mais do que no mundo presencial, o risco de um/a lulista dar match com um/a bolsonarista – e vice-versa – deve existir. Mas o site – imagino – também deve oferecer algum protocolo especial para eventuais momentos de constrangimento político-social.

Como em qualquer contrato de prestação de serviços, imagino, dificuldades devem estar previstas e soluções apontadas.

“Milhões de pessoas, assim como você, estão procurando conexões e relacionamentos discretos”. Será?

Os dois sites prometem solução, de curto caminho, para tal procura.

Fácil assim.

Enquanto isso, a Palestina segue padecendo na guerra nada santa. Mulheres e crianças sofrem – sem dó, nem piedade.

Por aqui, seguem os feminicídios e outras velhas desditas. Como sempre, chuvas de verão assustam, destroem e matam. Mas, de novo, vem aí o Carnaval. E faz-de-conta que a vida é só boa, bela, alegre. Viver é fácil e divertido.

Faz-de-conta.

 

Tânia Fusco é jornalista 

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