metropoles.com

Rodrigo Pacheco no boicote a ônibus por aplicativo (João Bosco)

Parlamentares proprietários de empresas de transporte podem suspender mais de 14 mil novas linhas de ônibus concedidas nos últimos anos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rodrigo Pacheco
1 de 1 Rodrigo Pacheco - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Câmara pode aprovar a qualquer momento um projeto de lei que limita a atuação de novas empresas de ônibus – e ataca em cheio a viabilidade das operações da Buser, a versão rodoviária do Uber.

A articulação envolve parlamentares proprietários de empresas de transporte coletivo, entre os quais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e, se aprovado, pode suspender mais de 14 mil novas linhas de ônibus concedidas nos últimos anos, além de inviabilizar 180 mil empregos.

Com mais de 60% dos itinerários atendidos por corporações consolidadas há décadas, tarifas caras e serviço duvidoso, a medida em tramitação discretíssima, agrava esse quadro estabelecendo a exigência de capital social mínimo de R$ 2 milhões para operação no mercado.

O episódio reproduz a disputa de anos atrás, quando da regulamentação de serviços de transporte de passageiros por aplicativo e a categoria de taxistas. Mas a de agora tem protagonistas de peso, com mandato e prestígio parlamentar, o que pode representar conflito de interesses.

Em dezembro passado, os dois principais interessados em evitar a abertura do mercado, os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em votação relâmpago no Senado incluíram barreiras ao ingresso de empresas de tecnologia que intermediam viagens – os conhecidos aplicativos.

Acir é relator do projeto e, dono das viações Eucatur e Solimões, de transporte rodoviário. Pacheco, presidente do Senado, é o herdeiro das empresas Viação Real e Santa Rita. Recentemente estendeu seus domínios à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), para onde indicou o   aliado Arnaldo Silva Júnior, ex-deputado estadual e advogado.

A indicação seria natural ao processo político, não fosse completamente contrária à Lei das Agências Reguladoras, que busca preservar o caráter técnico desses órgãos. O presidente Jair Bolsonaro retirou a indicação de Júnior à direção da ANTT, junto a outras, ontem (29).

À mineira

As articulações deixaram as empresas médias e pequenas, além daquelas que trazem inovação tecnológica ao segmento, de cabelos em pé. Ao estilo mineiro, sem fazer barulho, os parlamentares construíram o cerco em torno do projeto em clara vantagem sobre a concorrência.

Nesse contexto, a Câmara aprovou em maio a urgência do PL 3819/2020, em um acordo que envolveu aliados do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que busca agradar a Pacheco com avanço rápido do projeto, segundo relatos de bastidores.

Os adversários do projeto passaram a chamá-lo de “PL dos Gigantes” ou “PL do Oligopólio”, por criar dificuldades concretas à concorrência no setor rodoviário.

 

João Bosco Rabello escreve no Capital Político

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?