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Quem mandará no futuro? (por Eduardo Fernandez Silva)

Se celebra o “desenvolvimento”, que, no entanto, ainda mantém 80% dos humanos vivendo com menos de US$10,00/dia!

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Ella Ivanescu/Unsplash
fumaça em chaminés de indústrias sustentabilidade
1 de 1 fumaça em chaminés de indústrias sustentabilidade - Foto: Ella Ivanescu/Unsplash

Para o futuro, a humanidade pode se transformar profundamente, ou se extinguir. A segunda opção decorre de continuarmos a fazer as coisas como temos feito: poluindo ar, solo e água a ponto de torná-los danosos a animais como nós. Isso, enquanto se celebra o “desenvolvimento”, que, no entanto, ainda mantém 80% dos humanos vivendo com menos de US$10,00/dia!

No caminho entre hoje e o futuro, há certeza sobre a necessidade da progressiva e rápida substituição das energias “sujas” (fósseis e outras) por “limpas” (eólica, solar, hidrogênio etc.), apesar da pressão em contrário do forte lobby defensor das sujas. Há certeza, também de que tal substituição, apenas, não será suficiente para nos afastar do caminho do suicídio; hábitos de consumo terão que ser mudados, entre outras transformações.

Políticos, embora alguns saibam de tal necessidade, evitam mencionar a urgência em alterar hábitos de consumo. Pelo contrário, tendem a defender, como se fosse de toda ela, o estilo de vida da parte mais rica da população de seu país. Mas até isso está mudando: Bush pai, antes da conferência Rio-92, afirmou “o american way of life é inegociável”; já a rainha Elizabeth II, em visita a um centro de pesquisa sobre o clima, poucos meses antes de falecer, disse “temos que mudar a maneira como fazemos as coisas”.

Nesse quadro, avançar na criação, desenho e produção de equipamentos para gerar energia limpa é uma das principais chaves para um futuro de melhor qualidade de vida e projeção internacional, embora, repita-se, isso não seja suficiente. Assim, como está, no mundo atual, o domínio das tecnologias de energia limpa?

A publicação “Perspectivas em tecnologia energética 2023”, da Agência Internacional de Energia -AIE, detalha onde são manufaturados, no mundo, diversos equipamentos-chave na geração e uso de energias limpas. A China produz 39% dos trocadores de calor, 45% das células de energia para caminhões e 48% dos seus sistemas de propulsão e, ainda, 41% das máquinas para eletrólise, com as quais se obtém hidrogênio. Para todos os demais equipamentos listados pela AIE, desde torres, naceles (onde o vento é transformado em eletricidade) e pás para turbinas eólicas até células solares, baterias para veículos elétricos e os próprios veículos elétricos, mais de 50% da produção mundial é realizada no Império do Meio.  Lá são ainda produzidos 96% do total mundial de wafers, peça crítica dos painéis fotovoltaicos. A opção chinesa não se limitou a automóveis elétricos: hoje, lá, mais da metade da frota de ônibus urbanos já é elétrica!

Comparativamente, a América do Norte não produz mais de 30% de nenhum dos equipamentos listados. Já o Brasil, coitados de nós brasileiros…..

Assim, se é essencial que a humanidade migre, com urgência e rapidamente, dos combustíveis fósseis para fontes limpas que não a hidroeletricidade, dominante no Brasil mas hoje ameaçada pelas crescentes secas decorrentes das mudanças climáticas, qual país está mais bem posicionado para surfar o futuro? E como reagirão a essa realidade os tão poderosos belicistas dos EUA?

 

Eduardo Fernandez Silva. Mestre em economia. Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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