Preparando a próxima guerra, agora nuclear (Por Eduardo Silva)
Os interesses armamentistas estão propagandeando a inevitabilidade de um confronto nuclear
atualizado
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O advento da era atômica, fôssemos mais sapiens que avarus, deveria ter encerrado a longa época de guerras. Se sapiens, por que recorrer à violência? Toda guerra é uma negociata, como assegurou o general dos Marines, Smedley Butler. Atômicas, com a certeza da aniquilação recíproca, qual o sentido de guerrear, senão a ganância de alguns?
Não obstante, os interesses armamentistas estão propagandeando a inevitabilidade de um confronto nuclear e, pois, a necessidade de mais verbas para suas empresas. Todas as potências usam o mesmo argumento: “a culpa de uma próxima guerra será dos nossos inimigos”! Inimigos estes fabricados pela propaganda, pois as semelhanças entre uns e outros são maiores que as diferenças!
Taiwan não se parece com as Malvinas, nem um conflito China X EUA seria similar à briga Argentina X Inglaterra (mais EUA). Hoje, a ilha asiática parece cenário anunciado de um conflito que se tornará nuclear. A loucura do atual estado Judeu é outro!
Ao longo da sua milenar história, Taiwan foi independente ora não. Em 1949, foi ocupada pelos derrotados na guerra civil chinesa, razão pela qual Beijing jamais reconheceu a independência do arquipélago, que passou a ser governado por Chiang Kay Shek. Este ditador teve o total apoio dos EUA, que ainda hoje se julgam guardiões da “liberdade” na ilha.
A pergunta é: podem os EUA vencer uma guerra contra a China numa disputa pela ilha?
Claro, quem vencerá uma guerra era, até recentemente, questão sempre em aberto; agora, na era nuclear, sabe-se que todos perdem, fato inaceitável para o complexo industrial-militar-consumista. Não obstante, recentemente, atores políticos em Washington fizeram diversos “jogos de guerra”, envolvendo altas figuras da política, da defesa e do empresariado, explorando como se desenrolaria uma guerra entre EUA e China sobre a ilha. A conclusão assusta.
O que são “jogos de guerra”? Sofisticados, custam milhares de horas de trabalho e exploram possíveis desdobramentos de uma guerra. Mas o mais importante neles é quem participa e quais as regras. Estas podem ser, e são, definidas de maneira a gerar certos resultados, que irão fortalecer posições políticas e econômicas, como por exemplo a necessidade de ampliar os orçamentos militares.
Em jogos recentes, os participantes “alertaram” que seria difícil vencer a China. Nenhuma novidade, mas a conclusão amplia tanto as chances de maiores verbas para armas, como as possibilidades de uma guerra.
Sem surpresa, tais jogos concluíram que após meses de conflito, sem vitória à vista para qualquer lado, a China usaria armas nucleares táticas – aquelas “pequenininhas”, como a de Hiroshima! – mas deixam no ar qual seria a resposta do presidente dos EUA. A hipótese de o Tio Sam, tão bonzinho, ser o primeiro a usá-las não foi considerada!
Será coincidência que Biden recém lançou programa atualizando a estratégia nuclear dos EUA, com mais verbas para armas, quando isso é o que os humanos sapiens menos precisamos?