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PF caça golpistas: Moraes procura provocadores (por Vitor Hugo Soares)

É sabido, por perversa experiência histórica: os golpes de poder começam quase sempre com ações dos provocadores

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Alexandre de Moraes durante posse no STJ da ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 5Alexandre de Moraes durante posse no STJ da ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 5
1 de 1 Alexandre de Moraes durante posse no STJ da ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 5Alexandre de Moraes durante posse no STJ da ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 5 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Age com acerto, e preventivamente, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, ao determinar à Polícia Federal, no começo desta semana, a identificação dos membros do grupo, da rede social Telegram, auto – proclamado “Caçadores de Ratos do STF”, especializado em provocar crises institucionais destinadas a abalar ou demolir um dos pilares da democracia, o Supremo Tribunal Federal, guardião do cumprimento das leis da Constituição de 1988. São frequentes e graves os ataques, clandestinos e insidiosos, dirigidos à própria instituição (STF), ou disseminação de notícias falsas, intrigas cavernosas e até ameaças pessoais clamorosas à membros da Corte maior de Justiça e aos seus familiares.

Moraes deu 15 dias de prazo à PF – contados a partir do dia 22 último – para receber relatório com os nomes dos responsáveis pelo grupo, que tem entre seus integrantes Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso em julho em Belo Horizonte, por ameaçar magistrados. A PF, ou parte dela, foi além e com agilidade. Entregou, esta semana ao TSE, uma relação de nomes de 8 conhecidos empresários nacionais, suspeitos de envolvimento em tramas e manobras do jogo perigoso do golpe. Entre eles o catarinense Luciano Hang, dono da Havan, – aliado e militante bolsonarista, como ele próprio declara com orgulho, desde eleições passadas – cujos negócios se ampliam e se expandem, com notável rapidez, nas regiões de norte a sul do Brasil.

É sabido, por perversa experiência histórica: os golpes de poder começam quase sempre com ações dos provocadores, que pipocam aleatoriamente, aqui e ali. Sem que se saiba ao certo como, com que recursos e quem manipula os cordéis “dos mamulengos da desordem”, como dizia Ariano Suassuna.

Desta vez, mal (ou bem?) comparando, o caso que a PF investiga neste quase final de agoste, de acirramento da campanha presidencial, se assemelha a outros momentos de tentações golpistas. Das tentativas de virar a mesa, de medição de forças e pretensões de derrubar as vigas de proteção institucional do país, por meio de confrontos de grupos de apoiadores do atual presidente, em campanha para se manter no mando (aparentemente a qualquer custo, pela sua entrevista no Jornal Nacional, na segunda-feira, 22).

Vale referência, o episódio de tensão política e social protagonizado por Sara Winter, autoproclamada líder de militantes bolsonaristas e suas “tropas de deserdados da sociedade” acampadas ao lado do Congresso, em Brasília. Então, em junho de 2020, Winter prometeu, “transformar no inferno brasileiro”, o inverno prestes a começar no Hemisfério Sul, ampliando aqueles dias de tumultos e provocações em Brasília, Rio e São Paulo. Recordo ter descrito, noutro artigo, a reação da sociedade às promessas de tumultos, a partir da frase irônica do já ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre Sara Winter e seu grupo:  loucos mas, ainda bem, tão poucos. O único inverno chegando é o das quatro estações do ano”. Ponto.

Que seja assim, também, na primavera de 2022 que se aproxima, graças à ação do ministro Alexandre Morais, determinando a investigação e identificação (para julgamento e punição) dos atuais promotores e patrocinadores do golpismo, no meio empresarial ou onde quer que seja. Lei e democracia neles!

 

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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