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Perdeu, Mané.  Não amola (por Tânia Fusco)

O Mercado tá nem aí com os famintos com quem esbarra nas calçadas, nos cruzamentos de trânsito, nas portas dos restaurantes

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Rafaela Felicciano / Metrópoles
Moradora de rua com esmolas busca emprego no DF - Metrópoles
1 de 1 Moradora de rua com esmolas busca emprego no DF - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Bem carioca, o ministro Barroso, mandou essa pra um dos minions que, nas ruas de Nova York, tentam constranger ministros do STF.

Simples assim. Perdeu, Mané.  Aceita que dói menos.  Nada além disso.

Com a mesma ladainha, ao bando dos perdedores só resta amolar. Desocupados, devem receber algum cachorro quente diário pra cumprir a tarefa.  Manés, enfim.  Foram, são e serão.

Mercado e chantagem S.A.

Chatos, afetados, pretensiosos e falsinhos, os do Mercado seguem usando a boca de colunistas, comentaristas e assemelhados na mesma cobrança que, repetidamente, só vale para governos eleitos mais pra esquerda. Kd o ministro da Economia? Vai furar teto?

Ui! Ó! E a bolsa cai, o dólar sobe.

Quem ganha? Eles, o Mercado, essa entidade fluida e parasita.  Não perdem nunca.  Vez por outra, até ganham suas apostas em alguma eleição.  Mas, mesmo quando perdem nas urnas, ganham na boca do caixa.

O modelo é velho feito o diabo e ativo como o Covid. Duro é ouvir seus defensores explicarem, com a maior desfaçatez, que o Mercado não é composto apenas dos endinheirados rentistas da Paulista. Ele inclui os pequenos aplicadores de suas parcas economias, além de todas as almas que congregam o mundo do consumo.

Jura? Será mesmo que o que derruba a bolsa e levanta o dólar é a força dos pequenos investidores e dos consumidores do pãozinho diário no balcão da padaria?

Diria o ministro Barroso: Né não, Mané!

O Mercado sabe muito bem o que defende, como e com quem se defende. Sabe principalmente que bocas usar para ampliar sua voz de dono da voz.  E bla, bla, bla, bla, bla, bla. Qualquer contrariedade e centenas de fiéis mercadistas repetem nas mídias as “apreensões” e os perigos apontados pelo Mercado.

A contestação é sempre pequena, de uns poucos rebelados, leitores do velho Marx, talvez. Genteee, é o mesmo de sempre. Esses putos, deliberadamente, computam investimentos públicos como gastos. Falou em investimento social, redução de pobreza, a bolsa cai, o dólar sobe.  Para os parasitas seguirem parasitando e mamando até nas tetas exauridas.

O Mercado tá nem aí com os famintos com quem esbarra nas calçadas, nos cruzamentos de trânsito, nas portas dos restaurantes, nas entradas dos aeroportos.  O Mercado não tem olhos pra isso. E se olha, não vê.

Tá nem aí se vai vacinar ou não. Se faltou oxigênio ou não. Se tem fila de anos pra fazer tratamento de câncer, exames de imagens e outras aflições dos milhares de brasileiros lascados nas portas da assistência pública.

Não se coçou, nem se coça, com o Orçamento Secreto, as rachadinhas, as milícias. Tá pouco se lixando se um babaca preguiçoso e inepto, investido de presidente, passou quatro anos ameaçando com golpe de Estado, falando e fazendo todas as merdas que quisesse, ferrando o país.  O Mercado não se aflige com essas bobagens que enxerga como “retórica”. O Mercado tá acima disso, entende?

Afinal, o Guedes, posto Ipiranga do mico, por maior imbecilidade que cometesse, era um dos seus. De confiança.  Ou seja, ferra pobres e remediados, mas não tira ganhos e direitos do Mercado.

O Mercado não é Mané. Conduz com calma, certeza e perfeição seus Manés de estimação – os que, não sendo Mercado, por ele falam como se ele fossem.

O carioca Barroso, em nosso nome, poderia dizer: Meu ouvido não é penico, Mané.  Como não diz, seguimos ouvindo os cinismos da terminologia criativa para o arruma e arranja do capitalismo&mercado. Tipo: A flexibilização dos direitos dos trabalhadores reduziu em muito as causas trabalhistas. Ah vá! Jura?

Com direitos devidamente “flexibilizados” vai reclamar de quê? Pra quem?

Ex-empregados com direitos, agora empreendedores sem qualquer direito, devem arcar com perdas e ganhos (?) de seus “empreendimentos”, né não, manézada?

Janja e a patrulha.

Fala muito. Manda muito. É grossa. Desafina.  É deslumbrada. Comprou camisa cara, de seda, pra aparecer no Fantástico. Deveria ter comprado na Zara. Se vê como Evita Peron. Não foi eleita. Não pode dar palpite no governo. Protagonismo só a sete chaves no quarto do casal. Deve ser a candidata de Lula para 2026.

Pelaamor de Deus, genteee! Não faz nem um mês que o Lula venceu a eleição. A Janja nem esquentou a cadeira de “esposa” do PR, que só toma posse em 1° de janeiro. Deixa a Janja janjar em paz.  Dá um crédito, um tempo, uma folga.

Vocês já viram essa “qualificação” toda feita com outras primeiras damas antes que o marido assumisse o posto de Presidente?

Fizeram isso com dona Marly Sarney? Com dona Ruth Cardoso? Com a dona Michele? Demorou até pra “qualificarem” a espetaculosíssima dona Rosane Collor.

Mas com a Janja tá demais – é pau por antecedência.

O Brasil de mulheres e homens machistas não costuma aliviar pras mulheres.

Tipo: Quem essa aí pensa que é?

E lá vem patrulha da direita e até da colegagem da esquerda. Que que é isso, companheiras e companheiros?

Deixa a Janja chegar. Mostrar a que vem. Como vem. Vai que ela é fofa? Vai que é sábia?  Vai que vamos até gostar muito dela?

Se chegar chegando muito, vai tropeçar nas próprias pernas porque Brasília não é para amadores. Mas deixa a socióloga, jovem, risonha, felizona chegar, ocupar espaço, revelar-se.

Sinceramente? Aí tem. E de tudo um pouco.

Tem o nariz torto com tudo que diz respeito ao Lula, o operário abusado que ousou acomodar-se – com louvor – nos espaços do Poder, antes reservados aos bens nascidos. Tem a patrulha que soma tudo isso para expor sua arrogância branca, hétero, bela e rica. Este país padece da manezice do preconceito de classe, que segue castigando Lula, os seus e milhares de outros.

E tem ainda – e inclusive – ciúmes do Lula. Nada a ver com questões de desejo sexual, mas com objetos de adoração. O que, explica a psicanálise, costuma provocar desqualificação de quem está próximo desses tais nossos eventuais e inconscientemente adorados. Mulheres de artistas muito amados, por exemplo, costumam padecer dessa modalidade de desqualificação – são acusadas de mandonas, autoritárias, agressivas, insuportáveis, bruxas e etc. (Paula Lavigne que o diga!).

Enfim, depois de todo o vivido nesses anos da barbaridade, muitos de nós estamos ansiosos, como que cuidando para que o Lula não erre, mas acerte em tudo. (Como se fosse possível!) “Ai, meu Deus, isso pode prejudicar, ferrar”…

Aí, talvez, entre o grupo que olha Janja com lupa, apontando coisas que, talvez, quem sabe, pode ser, venha a prejudicá-lo.

Noves fora neuras e psicologismos, dá um tempo. Tá feia, chata e boba essa patrulha toda. Respeita a Janja!

 

OBS.: Né por nada não, mas Mister Temer anda dormindo fora do caixão e fumando cotonete adoidado, vá? Lula chamar o Bozo pra ajudar no governo?  Ajudar em quê exatamente, Mister T? Brincar de bolinha de gude? Esconde-esconde? Pega -pega? Dois ou um?

 

Tânia Fusco é jornalista 

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