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Para onde vão os Estados Unidos (por Ricardo Guedes) 

O mundo tende para o fascismo

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida de Bolsonaro e Trump - Metrópoles - Foto: Mark Wilson/Getty Images

Trump vence Kamala, em resultados inesperados para a maioria dos intérpretes. Erram os institutos de pesquisa, os analistas, e os políticos. A inflação carcomeu a renda dos americanos; a política externa americana com a promoção e apoio a guerras é vista como aplicação equivocada de recursos do país; e a imigração recente nos Estados Unidos afeta o emprego das camadas mais baixas de renda na economia americana, com padrões de comportamento diferentes da cultura tradicional dos Estados Unidos.

O mundo tende para o fascismo. Existem formas mais brandas de fascismo, como hoje na Hungria de Viktor Orban, através da coação ao legislativo, judiciário e imprensa, até formas extremas de fascismo, como o nazismo na Alemanha de Hitler, com o desfecho da guerra mundial e do holocausto.

As teorias da democracia falharam na previsão da representatividade e distribuição de renda. O crescimento do mundo foi redistributivo até 1980, com o aumento da desigualdade de 1980 para cá. Nas economias, toda vez que a crescente classe média se vê comprimida em seus ganhos e interesses, a classe media radicaliza sua posição politica em torno de líderes autoritários, sem ideologia, no voto “antissistema”, deflagrando o que vemos hoje como tendência geral. Foi assim com Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália; com Orban na Hungria, Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro no Brasil, Milei na Argentina; e é assim hoje novamente com Trump, e como tendência já manifesta na França, Itália e Alemanha.

Aqui, no Brasil, Lula não consegue resolver os problemas do crescimento e da renda da população, colocando o projeto de “centro-esquerda-liberal” em perigo.

Os Estados Unidos é o país da democracia mais institucionalizada do mundo, mas tenderá para uma forma mais autocrática e belicosa, com pressão sobre o legislativo, judiciário e imprensa.

O mundo está numa encruzilhada. Ao mesmo tempo, acirra-se a política na crise da representatividade, e a crise ecológica toma proporções e impõe limitações ao crescimento. A economia é algo tênue sobre a Terra, como uma flor que tem que ser cuidada, ou se desmancha na enxurrada das águas, do vento e do fogo. Soluções difíceis à frente. Ou o homem tem muita “cabeça” e desprendimento, ou vamos para a funesta do amanhã. Somente à beira do abismo, o homem decidirá o seu destino.

“God save us!”

 

Ricardo Guedes é Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

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