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Os órfãos de Lula e Bolsonaro (por Ricardo Guedes)

O apelo pelas pontas não deverá funcionar mais.

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Arte mostra desenhos dos candidatos à presidência Lula e Bolsonaro sob as cores, respectivamente, vermelho e azul - Metrópoles
1 de 1 Arte mostra desenhos dos candidatos à presidência Lula e Bolsonaro sob as cores, respectivamente, vermelho e azul - Metrópoles - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

Os órfãos de Lula e Bolsonaro vão para o centro nas Eleições Presidenciais de 2026. Desiludidos com os dois últimos governantes, o apelo pelas pontas não deverá funcionar mais.

O PIB do Brasil patina nestes últimos dois governos. Bolsonaro pegou o país com PIB de US$ 1,92 trilhão em 2018 em dólares correntes e deixou em US$ 1,95 trilhão em 2022.  E Lula pegou o país com o PIB de US$ 1,95 trilhão em 2022, US$ 2,17 trilhões em 2023, com o PIB estimado em US$ 1,9 trilhão em 2024, conforme projeções.

Recentemente, Bolsonaro, com pouco desenvolvimento na economia e erros no Covid, perdendo as eleições, disse que “a direita sou eu”, lembrando Luís XIV quando disse “L’ Etát c’est moi”, no prenúncio da derrocada da Casa de Bourbon. E Lula, com ambiguidade na economia e na política externa, sem saber direito para onde ir, segue a mesma trilha, dificultando sua reeleição. Nas eleições municipais deste ano, Bolsonaro foi sempre convidado a não comparecer, e Lula mal apareceu onde foi convidado. Bolsonaro foi um voo solo, não há grupo, e Lula parece estar amarrado a um grupo, sem possibilidades de voo solo. Um bom governante tem que ter autonomia, relativa, e ser referenciado à uma base que lhe dá suporte político, relativo. Senão, não há.

Passado o susto de que há de se votar em um candidato simplesmente por causa do outro, e vice-versa, o eleitorado, cansado dos extremos que não desenvolveram o país, vai tender para soluções centrais. Nas Eleições Presidenciais de 2022, a pesquisa Sensus indicou que 46% dos eleitores gostariam de ter uma eleição sem Lula e sem Bolsonaro, embora presos que estavam no jogo das rejeições da polarização. Nestas Eleições Municipais de 2024, o PT com Lula fez somente 4,5% dos Prefeitos do país, e Bolsonaro com o PL 9,2%. Nas Capitais do país, PT 3,8%, PL 15,4%. O campo para o centro está aberto.

Politicamente, nas Eleições Municipais de 2024, são vencedores: Kassab, que comanda parte significativa do centro-pragmático e do centro-conservador, e que fez a maioria dos prefeitos do país; Tarcísio, que, cá prá nós, nunca foi Bolsonarista raiz, e que fortalece a sua candidatura às Eleições para a Presidência da República de 2026, com boa administração em São Paulo, e Secretariado multipartido; Eduardo Paes no Rio de Janeiro, e João Campos no Recife, que se elegeram com ampla maioria em seus eleitorados; e Caiado, que venceu com o seu candidato o candidato de Bolsonaro no 2º turno em Goiânia, cidade que Bolsonaro escolheu para estar pessoalmente no dia do 2º turno devido à sua importância em suas pretensões. Bons administradores, como os ex-governadores João Doria e Aécio Neves, deverão retornar à cena política, nacional e estadual.

O Brasil precisa de um projeto de consenso que leve o país ao desenvolvimento e ao bem-estar social,

 

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

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