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Os legados das gerações (por Eduardo Fernandez Silva)

A geração que recém completou 21 anos de idade gradualmente assumirá o comando da humanidade até por volta de 2070

atualizado

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Monty Rakusen via Getty Images
Homem em praia poluída
1 de 1 Homem em praia poluída - Foto: Monty Rakusen via Getty Images

A geração nascida entre 1946 e 1960, aproximadamente, foi chamada de Baby Boomers (explosão de bebês). O nome deriva do comportamento dos jovens que lutaram a segunda guerra mundial ao retornarem à casa e, carentes de carinho, reverem namoradas e namorados, encontrarem novos amores e multiplicarem-se. Em 1951 éramos 2,6 bilhões de humanos; em 2020, 7,9 bilhões. O legado dos baby boomers incluí, pois, adicionais 5,3 bilhões de humanos.

Os Baby Boomers deixam outras heranças. Em 1946 já existia TV? Sim, mas quase ninguém já tinha ouvido falar desse instrumento de múltiplos usos, inclusive políticos, para o bem e para o mal. Geladeiras eram raríssimas. Automóveis? Poucos, depois transformados em “sonho de consumo”. Trouxeram benefícios, sim, mas também malefícios que só mais recentemente ficaram claros. A geladeira trouxe conforto e gases que quase destruíram a protetora camada de ozônio da atmosfera. Foi possível evitar maior agravamento do “buraco da camada de ozônio” mediante negociação e um acordo internacional.

Faltam sucessos semelhantes no enfrentamento de tantos outros legados indesejáveis: degradação humana por falta (de dinheiro, comida, água e ar, por exemplo) e por excesso (de dinheiro e competição por ainda mais); degradação ambiental por motivos semelhantes; milhões de residências situadas em zonas de risco alto ou altíssimo, seja por enchentes ou secas, seja por violência e desrespeito humanos; mudanças climáticas reduzindo as áreas do planeta apropriadas à vida!

Ela nos trouxe também os Beatles, ampliou o uso das vacinas e mandou um homem à Lua. Viveu sob o medo da Guerra Fria. Criou a “revolução verde”, que ajudou alimentar 4,9 dos 5,6 bilhões, pois os restantes 0,7 bilhões passam fome. Desta “revolução” decorreu, também, a intensificação do assoreamento e envenenamento de rios e lagos, a criação de zonas mortas em mares e muito mais!

A cada “avanço” ou “solução”, um novo problema!

Em 1946 não existia o plástico, tão útil que tornou praticamente todas as atividades necessárias à sobrevivência dele dependentes. Como embalar alimentos e outras “necessidades” sem o plástico? Esquecemos os hábitos das gerações anteriores aos Baby Boomers e agora carecemos de alternativas que não resultem em tanto lixo indelével, sufocando peixes e humanos.

E a geração nascida pós 2000, cujos membros mais velhos recém alcançaram 21 anos de idade, que legados deixará? Ela herda um mundo danificado, viciado em práticas que destroem a vida: queimar combustíveis fósseis, abusar dos plásticos, degradação humana por excesso (de exibicionismo de dinheiro, de poder, de empáfia) e por falta (de comida, de espaço, de ar e de água). Saberá ela superar esses vícios?

Sobre tal desafio, candidatos a presidente do Brasil não deveriam se manifestar?

Eduardo Fernandez Silva. Mestre em Economia. Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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