O que é ser feliz? (por Eduardo Fernandez Silva)
Construir lares, afastando as ameaças, em busca da felicidade de todos e de cada um/uma, com todos os atributos da palavra felicidade.
atualizado
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A definição de felicidade varia, assim como os meios usados para alcançá-la. Apesar dessa diversidade, ser feliz é o objetivo da maioria. Afinal, o que é ser feliz?
Talvez haja tantas respostas a essa pergunta quantos seres vivos existem neste ou noutros planetas. Apesar de tantas definições, pode-se apontar algumas características de “ser feliz”.
Não ser ameaçado por alguém é uma delas, pois ninguém te “ameaça” com algo bom. Mas nem sempre é “alguém” que nos ameaça: o risco pode vir do local de moradia, de trabalho, de deslocamento ou outros. Em cada local, diferentes animais – inclusive da mesma espécie – sofrem ameaças distintas as quais, como tudo mais, mudam no tempo e no espaço. O que é ameaça para umas espécies é oportunidade para outras.
Ser feliz implica mais que não sofrer ameaça. “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Requer se sentir membro de um grupo, ter a simpatia e o respeito dos outros, não estar em condição de insegurança alimentar nem ambiental, sob risco de deslizamento de terra, seca, enchente ou ainda, agravado neste ano de 2022, de guerra.
Talvez não para certos indivíduos, mas para uma comunidade ser feliz há uma ameaça necessária: a de que aqueles que matam, roubam e discriminam serão punidos, risco infelizmente pouco efetivo no Brasil.
Talvez pela primeira vez na história nossa espécie tem a capacidade de construir um planeta com muitos países, muitíssimos mais bairros e lares com a diversidade e as condições necessárias para abrigar pessoas felizes. Temos, também pela primeira vez, a possibilidade de destruir nosso lar, seja por bombas ou desequilíbrios sociais e ambientais. A opção é nossa, embora as decisões dos governantes, muitos deles loucos, alguns com armas nucleares, pesem mais que as da maioria.
Não me agrada chamar governantes de “líderes”, pois muitos governam sem liderar, conduzem seus países, estados ou cidades em rumo distinto do que precisam seus habitantes! Estes, essencialmente, querem ser felizes!
Sendo este o objetivo, deveríamos começar por identificar e afastar os riscos citados, em cada local, e já estaríamos no bom caminho. Temos que construir, neste único planeta disponível, bilhões de lares. Não se trata “apenas” da tarefa já em si difícil de edificar casas ou apartamentos; as palavras que designam essas habitações denotam menos, dão ênfase excessiva ao aspecto material, enquanto a palavra “lar”, sem desconsiderar a questão material, inclui o respeito, o carinho, a amizade e a cooperação que devem existir para a felicidade das pessoas que nele vivem.
Construir lares, afastando as ameaças, em busca da felicidade de todos e de cada um/uma, com todos os atributos da palavra felicidade. Alcançar, como diz a música, a estrela inalcançável! A alternativa que muitos governantes perseguem é aterrorizante! Vamos mudá-los e alterar o rumo! Vamos ser felizes!
Eduardo Fernandez Silva. Economista, ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados