metropoles.com

O PT e as Eleições de 2022 (por Ricardo Guedes)

O PT nunca foi um partido antidemocrático

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Lula_padrejulio
1 de 1 Lula_padrejulio - Foto: null

Bolsonaro foi eleito em 2018 com 32% do total dos votos no 1º turno, 39% no 2º turno. Hoje, conta com o apoio de somente ¼ da população, e rejeição acima de 50%, índice proibitivo para a sua reeleição. Nas pesquisas, Lula aparece com o dobro das intenções de voto em relação a Bolsonaro em 2º turno, podendo ganhar em 1º turno. O centro, sem propostas alternativas para o país que cheguem ao eleitorado, fica espremido entre a lembrança da prosperidade com Lula e o radicalismo de Bolsonaro sem benécias sociais. Doria e Ciro Gomes dificilmente chegarão a um acordo, dividindo o espaço político com candidatos de menor representatividade, dificultando a chegada de 3ª via ao 2º turno. Lula foi eleito em 2002 com o PIB em US$ 0,7 trilhão, US$ 2,2 trilhões em 2010 ao final do governo, US$ 1,4 trilhão em 2020 com Bolsonaro. Ambas as situações econômicas, e suas situações sociais, estão nítidas na memória dos brasileiros.

O PT foi fundado em 1980 tendo por vertentes o movimento sindicalista reivindicatório, grupo majoritário, a esquerda estudantil remanescente dos movimentos de 1968, e de participantes da esquerda católica. Lula foi eleito em 2002 após a Carta ao Povo Brasileiro, firmando o compromisso de manutenção da ordem democrática e da economia de mercado. A política econômica foi gerida por Henrique Meirelles, com a aplicação de cerca de 0,5% do PIB para o Bolsa Família e programas sociais, e linhas de crédito para o desenvolvendo da indústria e da economia. Erros e acertos se sucederam, mais acertos do que erros. Posterior ao mensalão, a eleição de Dilma em 2010, com políticas macroeconômicas equivocadas, levou o país à recessão e ao impeachment em 2015. Bolsonaro foi eleito em 2018 com discurso moralista e antipolítica, com plataforma de economia liberal que geraria o desenvolvimento ímpar do país, o que não ocorreu, muito pelo contrário. Lula tem sido absolvido nos processos da Lava Jato, e a CPI do Senado aponta indícios de corrupção no governo Bolsonaro. Adicionem-se os óbitos por Covid, a inflação, o desemprego, a crise hídrica, e o descaso ambiental.

Hoje, Bolsonaro não conta mais com o apoio majoritário do povo, nem do mercado. Comparativamente, a atuação de Lula foi mais próxima da social-democracia europeia do que de líderes populistas da América Latina, enquanto Bolsonaro caracteriza-se pela tentativa da quebra da ordem institucional em plena normalidade democrática, sem os motivos do porquê. A rejeição a Bolsonaro hoje não é somente por inoperância, mas por estigma.

A eleição presidencial de 2022 será uma eleição política, a mais política desde a Constituição de 1988, onde o item fundamental do voto será a avaliação da instância da democracia, respaldada em políticas econômicas e sociais sensatas e factíveis. Esta é a lógica do processo, a não ser por incertezas do futuro e por imprevisibilidades de campanha.

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?