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O país dos extremos (por Ricardo Guedes)

O Brasil é lindo e problemático. Uma média mundial dos extremos. O extremo do que se pode chegar.

atualizado

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Moradores de rua e a dura realidade da pobreza e miséria na pandemia da COVID 19
1 de 1 Moradores de rua e a dura realidade da pobreza e miséria na pandemia da COVID 19 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles.

Lindo? A nossa música, a nossa maneira de ser, descritos por Roberto DaMatta. Problemas? A nossa desigualdade social, os crimes com 27 por ano a cada 100 mil habitantes, muito acima dos índices dos USA com 5, Argentina 5, Europa 1, e Japão 0,5.

Nossa música é belíssima. Vem de longa tradição, de José Maurício, músico da Corte de D. João VI, de Pixinguinha, que dá o link e o tônus da música barroca para a nossa música popular, de Chico Buarque, que atinge a alma humana, de Tom Jobim, no reconhecimento mundial.

Mas cai a esperança nos fortuitos da economia. Que tristeza ver os milhões da desesperança, da morte na esquina, da falta de esperança no amanhã. Significativo ser infindo do fundo que despenca, no caos do porvir de ontem, no bizarro que consagra a falta do amanhã.

Que triste insígnia a do país.

Triste, mas bom; do setor financeiro, que nos faz funcionar; do agronegócio, que alimenta a humanidade; da USP, nosso ícone da cultura; da Embraer, que nos voa em segurança pelo ar; do ITA, IMPA, CBPF, IPT, FGV e da Fundação Dom Cabral – FDC, instituições que dão um up no país; da mineração, que provê o insumo da modernidade industrial; da energia mais limpa, que nos leva a seguir. Mas que tristeza, de um Pablo Marçal, concorrendo à Prefeitura de São Paulo; do fechamento do Centro do Rio de Janeiro pela Prefeitura com o VLT, causando prejuízos à cidade; da tentativa de se alterar a função da Sala Minas Gerais pelo Governo do Estado em Belo Horizonte, um dos mais belos palcos da música clássica de nosso país; da seca e das queimadas, que antecipam o horizonte perverso da ecologia, que dizimam a Amazônia,  o Cerrado, o Rio Mamoré.

A ignorância e o fascismo grassam, na falta do humano na funesta do amanhã,

Está difícil o Brasil arrancar, posto que o posto é sempre o anteposto. O PIB, rateia, há 14 anos. Em nosso país, a “bagunça” impera, como forma de controle social.

 

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago

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