O mengão, a canarinho e o PIB esportivo (por Roberto Caminha Filho)
Trezentos milhões em ação, prá frente Brasil! ou Uma vez Flamengo, sempre Flamengo!
atualizado
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Imagina só: o Flamengo enfrentando a Seleção Brasileira, não em campo, mas na disputa pelo coração e pelo bolso do povo. Quem será o mais amado? E o mais odiado? Vamos brincar com essa ideia! É nesse mix de conhecimento do esporte, táticas e estratégias em campo, alta picaretagem e um punhado da sorte do Malasarte que você poderá se dar bem.
O Flamengo, um urubu gigante, muito maior que o condor, já toma conta dos ares e tem a maior torcida do mundo. Todo mundo conhece, até quem não gosta de futebol, com mais de cinquenta e cinco milhões de rubro-negros espalhados pelo país. A paixão pelo Mengão é quase uma religião. Desde o Maracanã lotado, com a torcida cantando “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo”, até a galera com a camisa do time, no meio do sertão, o amor pelo clube é de arrepiar. Já dá para imaginar a força que essa torcida exerce no PIB brasileiro com tudo que ela produz e consome. Eu gostaria de ver o Mengão fazendo a sua pré-temporada na China. O nosso PIB esportivo certamente iria crescer. Milhões de camisas, relógios, copos, taças, chaveiros, gravatas, bonés invadiriam o mundo.
Mas nem tudo são flores. O Flamengo também é alvo de muita implicância, secadores de plantão e muito trabalho de encruzilhadas. Quem torce para outros times adora tirar sarro quando o Flamengo perde. E, convenhamos, às vezes, a própria torcida faz barulho demais, o que incomoda os rivais. Mas isso faz parte, né? O futebol vive dessas sacanagens e rivalidades.
Por outro lado, a Seleção Canarinho é um símbolo nacional. Ela representa o Brasil no mundo inteiro. Quando a Copa do Mundo chega, o país inteiro se veste de verde e amarelo e torce junto. Quem não lembra do “É Tetra!” ou da dança do Ronaldinho em 2002? São momentos históricos que unem todo mundo, pelo menos por um tempinho, que não chega a quarenta e cinco dias. Agora, em Salvador, tudo que poderia ser feito para errar, imitando o Brasil, a CBF, cérebro da Seleção Canarinho, ousou fazer e deixar ser feito, só para detonar a nossa seleção.
Mesmo assim, ainda se faz festa. Muitos brasileiros dizem que a Seleção Canarinho perdeu todo o charme, adquirido dos destroncados Joões do Garrincha, das genialidades do Rei Pelé, das pedaladas do Ronalducho, do 13 do Mestre Zagallo, da elegância do Didi e os outros atributos morenos dos “antigamente”. A arquibancada reclama que falta ligação com o povo, que os jogadores estão mais preocupados com grifes e maricagens, do que com a camisa. E a CBF? Essa é criticada de cabo a rabo, com histórias de corrupção e convocações polêmicas, que fazem muitos torcedores tamparem e torcerem os narizes. E os presidentes da CBF? trocaram mesmo as plumas do Copacabana Palace pelo pecador Bangu III Motel?
Agora, pensa comigo: e se a espetacular Bündchen, despretensiosamente, lançasse, em um Flamengo e Palmeiras, uma camisa verde e amarela com o símbolo do Flamengo? Primeiro, seria um sucesso de vendas, com certeza. Torcedores flamenguistas de todo o planeta correriam para comprar. Mas aí vem a pergunta: será que a nova camisa tomaria o lugar da amarelinha da Seleção, em manifestações populares e políticas?
Nas últimas décadas, a amarelinha da Seleção virou símbolo em muitos protestos. Mas, por causa de questões políticas, muita gente começou a evitar usá-la. Já a do Flamengo, por ser ligada a um clube e não a uma instituição como a CBF, talvez fosse mais “neutra” nesse sentido. Quem sabe? Eu creio que os clubes fariam as suas amarelinhas. O certo é que daríamos, na indústria e no comércio, mais emprego e renda para os brazukas.
Mas é claro que isso geraria debate ou uma guerra maior que a do Paraguai. A torcida adversária não deixaria barato, né? Imagina o Palmeiras ou o Vasco vendo o Flamengo dominando até nesse campo! Seriam memes e provocações de todos os lados. Tenho amigos secadores que comprariam dezenas delas só para fazerem panos de chão e esfregão, outra utilidade para o marketing e crescimento do PIB esportivo.
No fim das contas, Flamengo e Seleção Canarinho são dois gigantes, cada um com a sua história e importância. O Flamengo é paixão de clube, de bairro, de estádio, de salão azul e de penitenciárias. Já a Seleção é o time do país, que une torcidas (pelo menos na teoria). Ambos têm seus altos e baixos, seus fãs apaixonados e seus críticos fervorosos.
O que é certo é que tanto o Flamengo quanto a Seleção Canarinho sempre irão provocar emoções fortes. Seja amor, ódio, ou até os dois ao mesmo tempo. Afinal, é disso que o futebol é feito, né? Paixão, debates, confrontos musicais e, claro, muita zoação! E se o Flamengo deixasse seus juvenis e alguns por aqui e passasse a sua equipe titular para a China? Algum maluco seria contra essa nossa multinacional da bola? Guardiola lá, Filipe Luiz cá! Isso aqui já deu! Estamos ao Deus dará…faz tempo.
Roberto Caminha Filho, economista, tá doidinho pra ver esse duelo de marketing e o nosso PIB crescendo.