O Flamengo e seus “paitrocinadores” (por Roberto Caminha Filho)
Respeitem os donos do Flamengo, seus Engraçalhados!
atualizado
Compartilhar notícia
Saí de casa e fui na direção da Arena Bambu, de onde acompanhamos o Brasil, e o futebol brasileiro, desde 1962. São sete minutos de carro em velocidade Barrichelo. Ninguém, nos vinte e dois bares e reuniões familiares, com televisores nas janelas. Sem tempo para treinamentos e jogando, sempre, com times diferentes, o Flamengo não se encontra em campo. Nesta quarta-feira, contra o Grêmio, foi muito mal e se não fosse a vantagem adquirida em Porto Alegre, a coisa teria virado de ponta cabeça. Então, a Super TV Globo lança a escalação do time do Flamengo. Ligamos para o Sérgio Tarimba, em Natal, e ele foi logo dizendo: Reunião de mutilados, veteranos e juvenis. Outro time em campo. Durango, especialista nas coisas do marketing, analisou pelas suas lentes:
– A Espanha, do Real Madri e do Barcelona, tem uma população de 47,42 milhões de habitantes e eles se dividem, torcendo pelos grandes clubes. A França tem 67,75 milhões de habitantes que se dividem, torcendo pelos clubes das suas belíssimas cidades. A Itália tem 59,11 milhões de habitantes, bem divididos por Roma, Milão, Florença e pelos times de fronteira. O Flamengo tem uma população de 42 milhões de torcedores fanáticos pela marca e pelos resultados. O Flamengo, talvez porque nunca treinara com aquele time, não se encontrava no campo e o Grêmio já estava com ares de Bayern de Munique. A escalação do velho craque, na lateral esquerda do Mengão, e do mutilado de guerra, Varela, na lateral direita, foi o máximo da maldade para quem gosta de futebol.
Os sócios-torcedores e os patrocinadores, resolveram, então, reunir e exigir, dos dirigentes, a contratação do Jorge Jesus, aquele que não deixava Landim e Braz escalarem seus juvenis e refugos, para serem vendidos por milhões. O Jesus de Nazaré respeita o Jesus da Gávea pelo que ele diz no seu Evangelho: “Jogador tem que jogar”. O Flamengo joga o Brasileirão e poupa para a Libertadores. Joga a Libertadores e poupa para a Copa do Brasil. Joga a Copa do Brasil e dá a volta, poupando para o Brasileirão. Fez-se a pergunta, durante o jogo: alguém sabe dessas poupanças de jogadores, nos jogos do Bayern, Milan, Barcelona ou Real Madri? Não. Só a genial direção do Flamengo destrói empregos, riqueza, a marca que nos patrocina e os torcedores que nos sustentam. Respeitem os donos do Flamengo, seus Engraçalhados!
Roberto Caminha Filho, economista, é fã do Jesus da Gávea e do Nazareno