O dia em que Portugal decidiu entregar-se à juventude (Diogo Cardoso)
Gonçalo Ramos e Félix destruíram a Suíça e colocaram Portugal nos “quartos” do Mundial. E agora, como chamar Cristiano Ronaldo ao “onze”?
atualizado
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Um dia, Fernando Santos [técnico da selecção], depois de destratado publicamente por Cristiano Ronaldo, decidiu tirá-lo da equipa. Nesse dia, chamou um jovem sem provas dadas na selecção nacional para se juntar a um outro rapaz novo que já por lá tem andado.
O imberbe avançado – chamado Ramos – marcou três golos, deu outros dois a marcar (curiosamente, um à equipa errada) e, em estrita colaboração com o tal outro jovem – chamado Félix –, ajudou Portugal a chegar aos quartos-de-final do Mundial 2022.
Não, não estamos no domínio da imaginação cinematográfica de Tarantino. É real, foi nesta terça-feira, em Lusail, e não houve, como noutros jogos, direito a um plot twist hollywoodesco. Portugal sobreviveu mesmo sem Ronaldo – e, em alguns momentos, até pareceu mais vivo do que nunca.
O 6-1 aplicado à Suíça, no Qatar, garante que, em 2022, não haverá desilusão do nível de 2018 e 2020. Pelo menos os “quartos” estão garantidos.
E depois do que fez Gonçalo Ramos, que marcou o primeiro hat-trick do Mundial, resta uma pergunta. E agora, como chamar Ronaldo ao “onze”? Possivelmente, não chamar. E alguém traçaria este cenário ontem de manhã?
Em Lusail, viu-se mais do mesmo em matéria de ambiente: Portugal com mais apoio, como tem tido sempre, mas com grande parte de “Ronaldos” do Médio-Oriente.
Foi até curioso – e sintomático – ver como os adeptos “portugueses” quando queriam começar a ola mexicana contavam “five, four, three, two, one, go!”.
(Trecho de reportagem do Público)