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O cerco (por Tânia Fusco)

Assim, atrás, cercando e correndo na nossa direção, o crime. Ao lado, Igrejas, com falsos profetas e/ou influencers, a lá Pablo Marçal

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Gradis de segurança que cercam Congresso Nacional começam a ser retirados. A ação foi anunciada ontem (8:1), pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco 2
1 de 1 Gradis de segurança que cercam Congresso Nacional começam a ser retirados. A ação foi anunciada ontem (8:1), pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco 2 - Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Tem o CV, Comando Vermelho, mais antigo. Tem o PCC, Primeiro Comando da Capital, de origem em São Paulo – estado que abriga também o Terceiro Comando Puro. Há ainda o Povo de Israel, especializado em falsos sequestros.

Na Paraíba, tem o Okaida.  No Piauí, as subfacções Marotos e Brancos, em luta pra ver quem será o primeiro a ganhar a Bahia, que também já tem lá seus donos, com seus territórios preservados a ferro e fogo.

Mais forte, mais fraco, cada estado brasileiro tem um “comando” pra chamar de seu. Para somar ou para ganhar, as forças do Sudeste namoram o amplo território Norte/Nordeste. E segue o baile, que movimenta bilhões, muito de longe dos laços oficiais de controle do dinheiro circulante no país.

Todos os citados são grupos e facções de bandidos que tocam seus businesses, principalmente, das Cadeias – de segurança máxima ou não.

Seus negócios envolvem tráfico de drogas e de armas, construção civil, serviços, lotéricas e outros jogos de azar (agora, também Bets), além dos tradicionais golpes do falso sequestro, de retirada do cartão, das bitcoins e etc. Há quem jure que já avançam pelos ricos negócios do mundo encantado dos influencers.

Eles estão entre nós e não são de brincadeira. Têm força e violência das máfias. Estão bem organizados e cobram fidelidade canina dos seus. Não perdoam deslizes. Nem dão segunda chance.

Deu medo? Pois é pra ter mesmo. Estão e são cada vez mais próximos e atuantes no mundo nada encantado dos muitos males do capitalismo – exaurido, mas resistente, ainda gastando todas as formas de continuar se exercendo.

Não é muito diferente na parte da terra dita socialista raiz, tipo China, Rússia, que também somam suas máfias bem alimentadas pelas economias pujantes.

Fazer o quê? O punitivismo já mostrou seus horrores, fazendo das cadeias, violentamente indignas, escolas e centrais de crimes.

Assim, atrás, cercando e correndo na nossa direção, o crime. Ao lado, Igrejas, com falsos profetas e/ou influencers, a lá Pablo Marçal, oferecendo proteção, riqueza e o céu na terra. Também o fim de todas as desditas com um caminho muito curto para alcançá-lo:  o generoso pagamento dos dízimos, de palestras e cursos.

Ó o cerco aí, gente.

Fazer o quê?

Diz um amigo, melhor parar de ler notícias e tocar a vida como se o mal não existisse.  Bem na solução avestruz. Cabeça na areia. Bumbum ao léu. E seja o que Deus quiser!

O Brasil que tem dono.

No Pará, o jornalista Ronaldo Brasiliense, que soma vários Prêmios Esso, foi condenado criminalmente por escrever que o governador Helder Barbalho (MDB) é “sem noção” e “sem escrúpulos”. O Gov não gostou e foi ao juiz.  Deu ruim para o repórter.

O que se há de fazer? A condenação foi repudiada pela Coalizão em Defesa do Jornalismo, integrada por 11 entidades nacionais e internacionais, como ONG Repórteres Sem Fronteiras, Federação Nacional dos Jornalistas, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Torna Voz, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato de Jornalistas do Pará.

 

Tânia Fusco é jornalista 

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