O alerta das pesquisas para o Lula (por Ricardo Guedes)
O PIB tem que crescer para que o governante possa se reeleger ou fazer o seu sucessor
atualizado
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Sei que é muito cedo para se falar das eleições de 2026, mas, como diz o ditado, quem avisa amigo é. Sei que Bolsonaro não irá se reeleger para Presidente, dada sua rejeição por estigma. A maioria do eleitorado não irá mais endossar outra aventura autoritária de desvarios no país. Mas a situação de Lula não é líquida.
A pesquisa IPEC identificou a aprovação do Governo Lula em 41%, índice muito baixo para a reeleição ou para fazer o sucessor. Nas pesquisas Sensus, o índice para a reeleição é de 55%, 45% para a disputa, 40% dependendo de outras variáveis.
Bolsonaro foi eleito devido a erros no PT e no PSDB, com discurso ante sistema e para a implementação de economia de mercado, propostas não realizadas. Bolsonaro pega o PIB em US$ 1,9 trilhões e deixa em US$ 1,6 trilhões, perdendo as eleições. Lula é eleito em seu recall positivo, com o PIB variando de US$ 0,5 trilhões para US$ 2,2 trilhões na sua administração. Na pesquisa Sensus, Lula termina o governo com a aprovação recorde de 83,4%.
O país, entretanto, encontra-se descapitalizado. Às dificuldades de consenso em torno da âncora fiscal e de reforma tributária, indispensáveis, mas não suficientes, soma-se a ausência de um plano macroeconômico que beneficie a todos. As forças conservadoras, entretanto, estão hoje presentes na sociedade brasileira. Na pesquisa IPEC, 44% acreditam que o Brasil possa se tornar um país comunista, e 57% gostariam de uma alternativa entre o PT e o bolsonarismo. O perfil de Tarcísio de Freitas adequa-se à demanda do mercado.
O PIB tem que crescer para que o governante possa se reeleger ou fazer o seu sucessor. Esta é uma máxima nas eleições, no Brasil e em outros países. É árdua a tarefa de se recuperar o PIB, com a falta de consenso na sociedade, ambiente internacional adverso, e falta de plano econômico. Qualquer variação inepta do PIB levará a dificuldades eleitorais em 2026. Há tempo ainda para a elaboração de plano, dependendo da liderança e dos esforços alocados.
Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus