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Na bala, na faca, na fome (por Mirian Guaraciaba)

Violência extrema prenuncia a mais trágica campanha eleitoral, em 2022

atualizado

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violência contra mulher
1 de 1 violência contra mulher - Foto: Pixabay

O ódio destilado contra Dona Ilza por um “empresário do agronegócio” prova até onde pode chegar um covarde embeiçado pelo genocida. O sujeito ameaçou a sobrevivência da faxineira ao deixar gravado em vídeo que, se votar em Lula, não terá sua marmita semanal. A marmita alimentava três famílias.

O vídeo, claro, viralizou. A fome se alastra no País, aterroriza, comove. Dona Ilza teve a solidariedade do ex-Presidente Lula e ganhou campanha nacional de ajuda financeira. O sujeito desumano virou a cara da campanha do Capitão. Maldades, ameaças, crimes. Fraudes. O tal “empresário” recebeu 15 parcelas da ajuda emergencial que o mito jura ter destinado aos “mais carentes”. Dinheiro vivo, ao gosto da família Bolsonaro.

Violência extrema, de Norte a Sul do País. Recente pesquisa Quaest, contratada pelo Monitor do Debate Político da USP, traz, nesse sentido, dado estarrecedor: um a cada cinco eleitores considera “justificável utilizar violência caso o lado opositor vença a  eleição presidencial”.

Tragédia anunciada. O negacionista se alimenta do ódio. Por ele, a situação pode sair do controle. Há casos chocantes de fúria selvagem. Em Confresa, Mato Grosso, o pedreiro bolsonarista Rafael Silva de Oliveira desfechou 15 golpes de faca no olho, na testa e no pescoço de seu colega Benedito Cardoso dos Santos, eleitor de Lula. Rafael confessou o crime, contou que tentou decapitar a vítima com um machado.

Apenas na primeira metade de 2022, a violência política no Brasil deixou 40 mortos. O Observatório da Violência Política e Eleitoral, da UERJ, constata que, de janeiro a junho de 2022, ocorreram 214 casos de violência, número 4,5 vezes maior do que o total de 47 casos identificados no mesmo período de 2021.

Nas eleições municipais de 2020, entretanto, houve 380 casos de violência, no terceiro e quarto trimestres. Ou seja, estamos no pico da selvageria. Desgovernados, perturbados e desregrados. Átimo comandado por um homem obcecado em mentir, mentir e mentir, e fazer arminha com seu órgão genital.

A violência crescente chegou ao TSE na forma de pedidos de reforço policial pelos Estados: no primeiro turno das eleições de 2014, 279 cidades contaram com o apoio da força federal. Em 2016, 467. Em 2018, 513 municípios tiveram o reforço policial. Em 2020, subiu para 613. Veremos o balanço final de 2022.

O que mudou desde 2002, 2006, 2010, 2014? A eleição do incapaz e odiento alterou profundamente o padrão da violência eleitoral no País. Felippe Angeli, gerente do Instituto Sou da Paz, diz que até anos atrás, as brigas eram consequência de questões paroquiais e disputas territoriais”. Não são mais em sua maioria.

“Com a eleição de Jair Bolsonaro, os autores dos atentados não são mais coronéis da política, justiceiros de uma comunidade carioca. Hoje, a violência é cometida pelo “cidadão de bem”, no sentido do cidadão comum. É o cara que passa na frente de uma festa de aniversário e decide atirar contra o aniversariante”.

Foi assim, em sua festa de aniversário, que o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, foi friamente assassinado pelo bolsonarista declarado, o policial Jorge Paranho. Dois meses depois, e Paranho, preso por homicídio duplamente qualificado, ainda não foi ouvido. A defesa de Paranho entrou com pedido de habeas corpus. A Justiça negou, alegando justamente a proximidade das eleições. Alivio em Foz do Iguaçu.

Para registro: num raro fato político, Lula anda com colete à prova de bala.

VIVA MARINA

Marina Silva anunciou apoio ao Presidente Lula. “Em nome daquilo que está acima de nós, e olhando de baixo pra cima pra ver o que está acima de nós, de forma independente, declaro meu apoio ao candidato, ex-Presidente e futuro Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva”. Assim, clara e ponderada, a ex-senadora e candidata a deputada federal pela Rede, SP, fez eco na campanha do candidato que lidera as pesquisas de opinião. Marina levou por escrito compromissos que Lula deverá assumir em relação ao meio-ambiente. E fará diferença junto aos evangélicos. Começou desmentindo boato bolsonarista de que Lula fechará igrejas. Mentira, assegurou Marina.

RECADO DADO, MANUELA

Manuela D’Avila postou um vídeo, chamando a atenção da militância. Está certa. “A esquerda é quem mais replica as notícias deles. A Michele teve a melhor performance nas redes de quem? Quem mais divulgou a foto da Michele orando? Nós, a esquerda. Isso é ignorância. O algoritmo funciona desses impulsos. O 7 de setembro deles é um grande assunto … nosso. Não dá. Então, eles têm eles, a força do sistema, setores da imprensa, a institucionalidade, as polícias, o dinheiro … e ainda contam com nossos retuites”.

Vamos parar de falar do coiso.

E usar as redes para falar de Lula e de nossos candidatos aos governos e parlamento.

Mirian Guaraciaba é jornalista

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