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Mortadelas (por Tânia Fusco)

Têm diferenças e igualdades. A igualdade faz a militância e deu nome ao grupo – Mortadelas

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mortadela trouxa
1 de 1 mortadela trouxa - Foto: Reprodução

Têm diferenças e igualdades. A igualdade faz a militância e deu nome ao grupo – Mortadelas.  São oito mulheres navegando entre 50 e os 70 que se encontraram na maneira de pensar, viver e, principalmente, de celebrar vida.

Por estradas diferentes, chegaram juntas.

Para quem não sabe, Mortadelas, um dia lá pra atrás (quando tínhamos adversários, não inimigos), eram chamados os militantes do PT que iam pra rua manifestar-se a favor das causas do partido.

No deboche, os adversários diziam que era um sanduiche de mortadela o pagamento pelo suor do povão ao sol.

Como acontece (ou acontecia), o bom humor brasileiro incorporou a desqualificação e fez dela simpática denominação. Mortadelas são petistas ou lulistas. Ou as duas coisas

A mortadelice faz o prazer dos encontros, que podem, inclusive, acontecer em manifestações de rua. Ou também num café, numa pizzaria, num restaurante renomado ou na casa de alguma das mortadelas. Aí, claro, qualquer que seja o cardápio, não falta boa mortadela à mesa.

O bom humor é característica do grupo que junta quem gosta de viajar, quem tem a melhor agenda da cidade, quem fotografa, quem escreve. Todas apreciam e frequentam o que rola no mundo das artes. Turma boa. Do bem.

O prato principal dos encontros é o riso provocado por boa história. As melhores, claro, são dos momentos de fracassos. Como estar na TV falando sobre o Trump e perceber seu cabelo no melhor estilo Trump.

Não há nada melhor do que rir de si mesma. Recomendo.

Vale também especulações. O que fazer se o destino lhe impuser Bolsonaro na poltrona ao seu lado no avião? (Não se esqueça. Mortadelas + Bolsonaro. Incompatíveis).

Venceu a opção levantar-se, indagar quem naquele voo votou Bozo? Resposta positiva. Saída encontrada. “OK. Então troca de lugar comigo”. Elegante, vá?

Encontro de amigas tem o componente bobeira-delicia. Não falta nas Mortadelas que, sem viverem agarradas, são parceiras de vida. Como bom casamento (e sem as agruras dos casamentos), estão juntas na alegria e na tristeza. A amizade é o forte da relação, que não tem DR.

Mais do que a posição política, ser mortadela é uma disposição de vida. Tipo nunca abrir mão das boas parcerias, fazer limonada de qualquer limão, manifestar-se publicamente sempre que preciso, não perder a força de indignar-se. Principalmente quando uns Campos Neto da vida + a Faria Lima*, sem votos, têm o mau propósito de fazer no país um cabo de guerra com seu adversário, o Presidente da República, Lula, escolhido por 59.563.912 votos (50,83% dos votos válidos). Sem se importar com o país, na maldade, especulam muito, ganham mais ainda, e tentam antecipar 2026.

Nem pra mortadela militante da alegria a vida anda fácil. É mole aturar Milei atravessar a fronteira pra vir fazer desaforo no nosso quintal? Tá certo que Santa Catarina tá mais pra quintal deles. Mas geograficamente ainda é terra brasileira.

Pós tragédia do Rio Grande do Sul e quando até turbulência em avião pode, se não matar, ferir grave, vamos continuar fingindo que não existe crise climática?

Não há mortadela que aguente ver mimimi entre Fiuk e Deolane** dividir, nos grandes portais, mesmo espaço de notícia do que a crise forçada do dólar no Brasil.

Diz que o Wikileaks abriu a torneira.***

 

*Procure saber.

**Procure saber.

***Procure saber.

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