Loucura indesculpável (por Mirian Guaraciaba)

“Viagem sem destino”, “derrota sem vencedores”. Da sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco concedeu ontem cedo, a benção tradicional de Natal Urbi et Orbi (para o mundo, para o universo) condenando enfaticamente, mais uma vez, as guerras pelo mundo. São muitas, impiedosas, intermináveis.

A matança de milhares de palestinos pelo governo terrorista de Israel e a violência do Hamas contra os judeus, é o que mobiliza o mundo nesse momento. E Ucrânia e Rússia, quase dois anos de destruição? Ataques na Síria? Tensões e conflitos na região de Sahel, Chifre da África, Sudão, Camarões, República Democrática do Congo, as duas Coréias?

Como honrar o Natal em face de tal insanidade? Nosso espirito natalino cada vez mais envergonhado diante da miséria, da fome, da morte. E do impressionante avanço da indústria de armas no mundo. Somente os Estados Unidos são responsáveis por 45% do arsenal vendido no mercado internacional. Lucros vultosos.

O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo acompanha o comportamento da indústria de armas, e prepara o relatório de 2023. Adianta: em 2022, os gastos militares mundiais já atingiram US$ 2,2 trilhões, o nível mais alto desde o fim da guerra fria.

Amanhã, o Papa fará sua segunda aparição na semana do Natal, dia de Santo Estevão, feriado na Itália. Mais uma vez, concederá a benção Urbi et Orbi, e incriminará os “mercadores da morte”. E iniciará uma vigília de Ano Novo pela paz no mundo. Assim seja.

Preconceito na veia

Ser casada com Chico Buarque, merece currículo, sem dúvida. Quisera eu. Mas Caroline Proner é advogada, professora da UFRJ, pós doutorada na École des hautes études en sciences sociales na França, doutora em Direitos Humanos pela Universidad Pablo de Olavide, Espanha, e mestre em direito pela UFSC. O Globo, em sua intolerância indisfarçável, apresentou Carol apenas como a “mulher de Chico Buarque”, nomeada por Lula para uma cadeira na Comissão de Etica Publica, no próximo triênio.

Zinho

Quem irá substituir Zinho, Luiz Antonio da Silva Braga? O miliciano mais procurado do Rio foi preso ontem. Rapidinho, a milícia terá um novo chefe. Sucessivos governos permitiram que o buraco do crime organizado no Brasil não tivesse fim.

 

Mirian Guaraciaba é jornalista