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Feliz dia dos pais, quando? (por Eduardo Fernandez Silva)

Indagados sobre como construir um futuro melhor, a grande maioria dos brasileiros responde: melhor educação

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“Se tá ruim hoje, imagina lá na frente”!!

No dia dos pais, ouvi essas palavras do pai de dois filhos, de 16 e 10 anos. No Brasil, onde está a esperança, melhor ainda, a confiança em um futuro melhor? Quando teremos felizes dias dos pais? Se esses sentimentos não estão à vista hoje, como torná-los realidade o quanto antes?

O fato de que nenhum dos candidatos a cargos legislativos e executivos em disputa ofereça resposta crível à pergunta só agrava o problema! Embora insuficiente, assegurar e aprofundar a democracia é essencial, assim como afastar aqueles que a ameaçam. Se não basta democracia, o que mais precisamos?

Indagados sobre como construir um futuro melhor, a grande maioria dos brasileiros responde: melhor educação. Não há como discordar! Certamente, queremos e podemos ter o melhor sistema educacional do mundo, mas essa conquista somente acontecerá após muitos anos, por melhores que sejam as políticas educacionais em vigor e, hoje, essas ótimas políticas estão longe de acontecer. Por onde começar?

A resposta carece de análises de especialistas e também de escolhas. O ponto que quero enfatizar, porém, é outro: nenhum político se elegerá prometendo melhoras para daqui a trinta anos, ou mesmo vinte; sendo assim, é necessário que tenhamos propostas claras, que possam ser alcançadas em um mandato e sejam coerentes com objetivos de longo prazo. Quais seriam elas?

O mesmo vale para saúde, segurança, mobilidade, emprego e outras deficiências que nos afligem. Cabe aos líderes apontar caminhos e o fato de não os termos – conhecidos, transformadores,  mobilizadores e coerentes com grandes melhorias de mais longo prazo –, diz muito sobre a míngua de lideranças. Fato este que se deve, em larga medida, à viciada estrutura política e eleitoral brasileira. Daí que muitos dizem ser a reforma política a mãe de todas as reformas.

Mas, como realizar uma reforma política se é questionável que nossos legisladores a queiram, tão beneficiados são pelos vícios da estrutura?

Desatar esse nó é urgente.

Desenrolar esse novelo talvez seja possível mediante campanhas políticas realmente propositivas, estruturadas em torno de objetivos claros, com as características apontadas acima. Em si, tais campanhas já seriam novidade, pois há décadas as viciadas legislação e práticas políticas nos levam a escolher entre candidatos, e não entre propostas. Uma coisa é escolher fulano ou beltrano; outra, completamente distinta, é apoiar e trabalhar pelo alcance, em prazo certo, de metas concretas.

Outra característica inovadora de campanhas propositivas é que elas definiriam um norte, um rumo a ser apoiado e perseguido pela maioria, superando a já longeva deriva em que se encontra nosso país! Outra mais é que sua viabilização necessita de lideranças que possam de fato ajudar a conduzir o Brasil a objetivos nacionais desejáveis e não, como tem sido, a propostas difusas com o intuito de mais e mais poder e riqueza pessoal.

 

Eduardo Fernandez Silva. Mestre em Economia. Ex- Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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