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Estamos no pré-guerra atômica? (por Eduardo Fernandez Silva)

Uma “inevitável” guerra total Ocidente X Rússia?

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Imagem colorida mostra arma nuclear russa em desfile - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra arma nuclear russa em desfile - Metrópoles - Foto: Sasha Mordovets/Getty Images

Nesta quadra de muita miséria humana e grave degradação ambiental, o ministro da defesa da Inglaterra parece ter como prioridade agravar ambas: em discurso dia 16/01/24, ele recriou o “eixo do mal” (Rússia, China, Iran e Coreia do Norte), defendeu que devemos nos preparar para uma “inevitável” guerra total Ocidente X Rússia, e pediu grande aumento dos gastos militares. Loucura? Realismo? Interesse financeiro das indústrias armamentistas?

Há milênios “chefes” mandam os filhos dos outros (não os seus!) matarem e serem mortos por desconhecidos em assassinatos em massa chamados “guerras”. Milhares delas aconteceram e acontecem. Todas, sem exceção, anunciadas como “necessárias para defender nossa tribo e assegurar sua perenidade, dando fim a todas as guerras”. Nesses milhares de anos e guerras, nenhuma cumpriu tal promessa, senão ilusória e fugazmente! No entanto, os atuais chefes continuam a repetir o mesmo mantra! Onde está o realismo?

A era nuclear muda essa milenar história: há certeza da aniquilação mútua, e de terceiros, em caso de guerra entre potências atômicas.

O reconhecimento dessa “novidade” seria, sim, realismo, e deveria, pois, inaugurar um mundo sem “guerras totais”. Negar essa evidência é uma forma de loucura, ilusão e cinismo de que “nós, produtores de armas, poderemos continuar a ganhar dinheiro ainda que ao custo do extermínio de 40% ou 60% da humanidade”, pensamento que acaba aceito e adotado por muitos. A máquina de propaganda do complexo industrial-militar é forte e competente!

O ministro não ignora o risco de assassinar bilhões de pessoas. Ele indagou, e respondeu negativamente: “Podemos aceitar que a certeza de destruição recíproca que impediu guerras no passado vai impedi-las no futuro”? A questão chave é outra: não aceitar a realidade da mútua destruição e prosseguir com a criação de inimigos, o armamentismo e a formulação de ameaças é caminhar, célere, rumo ao caos.

Suicidar é opção individual; exterminar múltiplas tribos é o quê? Para quê? Por quê? Por bilhões de dólares? Seguindo nessa trilha suicida, ele “alerta” para o risco de migrações do Sul ao Norte Global serem usadas como armas contra este último. Gastar menos em armas e mais na melhoria das condições de vida dos condenados da Terra? Nem pensar…

Seguindo a escalada, o ministro foi apoiado por autoridades de diversos países “aliados”. Noutro front, ficamos sabendo de um contrato secreto do governo dos EUA com a firma Starshield, do Elon Musk, para desenvolver uma rede de satélites espiões, algumas centenas dos quais já estariam em operação. Logo em seguida, o próprio Putin afirmou que tais satélites constituiriam “alvos militares legítimos”. Essa troca de “recados” ocorre pouco após os EUA acusarem a Rússia de ameaçar colocar armas nucleares no espaço.

Que Deuses e Deusas nos livrem desse inferno na terra ao qual essas loucas, irrealistas, ambiciosas e criminosas chefias estão a nos conduzir, e nos deem clareza e força sobre como agir para impedi-los!

 

Eduardo Fernandez Silva. Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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