Entrevistando uma inteligência artificial (por Felipe Sampaio)
Pergunta 1: A inteligência Artificial pensa?
atualizado
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Arrisquei entrevistar diretamente uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA), para tirar a limpo essa polêmica sobre a possibilidade de alguma IA ter um surto golpista e dominar o mundo. Na falta de algum algoritmo mais sofisticado que topasse a sabatina, apelei para um site de busca que dispõe de uma IA experimental gratuita.
Como a IA, apesar de grátis, não me pareceu boba, procurei adotar uma abordagem furtiva na entrevista (será que ela percebeu e me enrolou?). Pra disfarçar, comecei com uma pergunta direta à IA sobre sua capacidade efetiva de pensar para, em seguida, sondá-la sobre sua índole. Vejam o resumo da conversa.
Pergunta 1: A inteligência Artificial pensa?
Resposta da IA: Sim, a IA pode pensar, […] visa criar máquinas e computadores que raciocinam, aprendem e atuam de forma similar ao pensamento humano.
Pergunta 2: A IA é benéfica para a humanidades?
Resposta da IA: Sim, a Inteligência Artificial pode ser benéfica em aspectos, como:
Segurança digital – IA pode ajudar a identificar criminosos e comportamentos suspeitos;
Tomada de decisão – IA pode processar dados em tempo real e antever eventos futuros, permitindo que as ações sejam planejadas;
Automação de tarefas – IA pode realizar tarefas que são difíceis, perigosas ou tediosas para os seres humanos;
Personalização de experiências – IA pode personalizar experiências, como direcionar o conteúdo publicitário de acordo com o histórico de uso de uma rede social;
Saúde – IA pode ajudar em diagnósticos e pesquisas, […] melhorar a precisão e personalização do atendimento ao paciente;
Biodiversidade – IA pode prever problemas relacionados às mudanças climáticas, acelerar a proteção do meio ambiente.
Pergunta 3: Quais são os riscos oferecidos pela IA para a humanidade?
Resposta da IA: IA pode trazer diversos riscos para a humanidade, como:
Privacidade – IA pode coletar, analisar e interpretar grandes volumes de dados, o que pode levar a violações de privacidade;
Desemprego – IA pode substituir ou reduzir o papel do ser humano, o que pode causar desemprego em massa;
Desigualdade social – A automação de atividades pode aumentar a vantagem do capital sobre o trabalho;
Desinformação – IA generativa pode criar grandes quantidades de conteúdo falso, de forma rápida e barata;
Alucinações da IA – IA pode inventar respostas para perguntas para as quais não tenha uma resposta;
Corrida armamentista – Os países podem se envolver em uma corrida armamentista de IA, com rápido desenvolvimento de tecnologias de IA e consequências prejudiciais;
Dependência – Os estudantes podem depender exclusivamente dela, comprometer a criatividade e o pensamento crítico [humano].
Pergunta 4: A IA pode superar o ser humano?
Resposta da IA: […] a IA tem alguns obstáculos para se igualar ao raciocínio humano, como a consciência, a ética, a compreensão de emoções, o julgamento moral e a empatia.
Pergunta final: A Inteligência Artificial é confiável?
Resposta da IA: Sim. No entanto, é importante garantir que a IA seja usada de forma responsável, justa, transparente e que respeite a privacidade das pessoas… […] a IA pode ser prejudicial aos seres humanos. [Porém] a decisão de utilizar a IA como ferramenta construtiva ou destrutiva está nas mãos dos seres humanos.
Encerrada a entrevista, não é exagero achar que a IA foi bem elegante ao nos lembrar que – em plena era da computação quântica e do aprendizado de máquina – permanece atual o alerta de Thomas Hobbes, “O homem é o lobo do homem” (Leviatã, 1691).
Felipe Sampaio: cofundador do Centro Soberania e Clima; atuou no setor privado; chefiou a assessoria do ministro da Defesa; dirigiu o sistema de estatísticas no ministério da Justiça; é chefe de gabinete da secretaria-executiva no Ministério do Empreendedorismo.