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Discurso de Trump comparado a Hitler (Por Alexandre Martins)

Ao falar de imigração, ex-presidente dos EUA “uniu os pontos e tornou explícito, na sua retórica, aquilo que muitos temiam estar implícito”

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida mostra o ex-presidente dos EUA Donald Trump em frente a bandeiras do país - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

Estimulado por uma série de sondagens que o deixam fora do alcance dos seus rivais no Partido Republicano e ligeiramente à frente de Joe Biden na corrida à Casa Branca, Donald Trump tem apostado numa radicalização cada vez mais acentuada do seu discurso anti-imigração. No último fim-de-semana, durante um comício no estado do New Hampshire, o texto do ex-Presidente dos Estados Unidos chegou mesmo a suscitar comparações com passagens do manifesto de Adolf Hitler, Mein Kampf (A Minha Luta).

“A imigração ilegal está a envenenar o sangue da nossa nação”, disse Trump aos seus apoiantes em Durham, no New Hampshire, no sábado, e através da rede social Truth Social, onde é seguido por mais de seis milhões de utilizadores.

“Isto é uma invasão. É comparável a uma invasão militar”, afirmou o ex-Presidente dos EUA, num discurso em linha com outros que tem feito nos meses mais recentes e que lhe valeram a acusação de querer “desumanizar” imigrantes e adversários políticos.

Em Novembro, num discurso numa outra cidade do New Hampshire, em Claremont, Trump prometeu “erradicar os bandidos da esquerda radical que vivem como vermes”; antes disso, em Setembro, numa entrevista ao activista da extrema-direita britânica Raheem Khassan, Trump já tinha dito que os imigrantes “estão a envenenar o sangue” dos EUA e “a trazer doenças” para o país.

“A razão pela qual todas as grandes culturas do passado pereceram foi a extinção, por envenenamento de sangue, da primitiva raça criadora”, escreveu Hitler em A Minha Luta, menos de uma década antes de ter chegado ao poder, em 1933. “Que fez o Governo para resistir a esse envenenamento em massa do povo alemão? Nada, absolutamente nada! Alguns decretos fracos, algumas multas por ofensas tão graves que não podiam ser desprezadas, e nada mais!”, queixava-se o futuro ditador nazi no mesmo livro.

Numa reacção aos discursos mais recentes de Trump, o historiador e investigador Timothy Naftali, da Universidade de Colúmbia, disse que o ex-Presidente dos EUA “uniu os pontos e tornou explícito, na sua retórica, aquilo que muitos temiam estar implícito”.

“O que ele está a dizer é que quer proteger as pessoas brancas e impedir diferentes culturas de se juntarem à nossa grande comunidade americana”, disse Naftali ao Washington Post.

Os alertas surgem também de figuras ligadas ao Partido Republicano. Na semana passada, na rede social X, Joe Walsh, um antigo congressista que apoiou Trump em 2016, acusou o ex-Presidente dos EUA de pôr em causa princípios fundamentais do país, ao defender “uma forte triagem ideológica” de estrangeiros. “Se não gostam da nossa religião, não vos queremos no nosso país”, disse Trump em Outubro.

“A ‘nossa’ religião? Isto é um anátema contra a América, um anátema contra a fundação deste país. Merece a condenação de todos os americanos”, disse Walsh, que chegou a candidatar-se contra Trump numa fase inicial das eleições primárias republicanas em 2020.

Um adversário de Trump nas primárias deste ano, o ex-governador de Nova Jérsia Chris Christie, classificou as declarações do ex-Presidente dos EUA como “repugnantes”, acusando-o de se aproveitar dos cidadãos “que se sentem pressionados pela economia e por conflitos em todo o mundo, culpando as pessoas que não são parecidas com [os norte-americanos]”.

“Donald Trump fez eco dos seus modelos de eleição”, disse num comunicado Ammar Moussa, um porta-voz da campanha presidencial de Joe Biden e Kamala Harris. “Papagueou Adolf Hitler, elogiou Kim Jong-un e citou Vladimir Putin.”

(Transcrito do jornal PÚBLICOLeia mais em https://www.publico.pt/2023/12/18/mundo/noticia/discurso-antiimigracao-trump-pureza-sangue-comparado-hitler-2074067)

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