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Dicas de sobrevivência para o fim do mundo (por Felipe Sampaio)

90% das espécies que já viveram no nosso planeta foram extintas

atualizado

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A boa notícia é que o mundo já acabou pelo menos cinco vezes ao longo de bilhões de anos e, graças a isso, o ser humano surgiu e existe até hoje. A má notícia é que o mundo vai acabar de novo mais cedo ou mais tarde e, pela primeira vez, já estaremos nele.

Quem conta essa história toda é Morgan Freeman na série Enigmas do Universo (Netflix). É inevitável ficarmos fascinados pela dinâmica de transformação da Terra e das formas de vida que passaram por aqui. No caso dos seres vivos, isso significou surgimento, evolução e extinção.

O documentário mostra que 90% das espécies que já viveram no nosso planeta foram extintas, incluídos aí os bichos e plantas mais inacreditáveis, indo muito além de celebridades arqueológicas como os dinossauros ou o tigre dentes-de-sabre.

Acontece que as ondas de destruição anteriores tiveram causas naturais, considerando-se que em nenhuma delas havia surgido o homem. Os apocalipses foram causados por asteroides gigantes, erupções vulcânicas em série, eras glaciais, inundações, sobrecarga de CO2 e até mesmo por envenenamento dos oceanos pelo boom populacional de plâncton.

Contudo, houve uma ocorrência comum a todos esses desastres em escala global. Em cada um deles, ocorreu uma extinção em massa das espécies vivas. Ou seja, em todos eles 3/4 das formas de vida pereceram, principalmente as espécies dominantes em cada época, dando lugar a novos seres líderes imprevisíveis.

Não é possível prever qual seria a próxima tragédia natural a devastar a Terra. Poderia ser um novo degelo, ou tempestades solares, quem sabe outro asteroide, talvez terremotos. Porém, a história demonstra que é possível sim que um tipo de ser vivo dispare o gatilho de extinção dele próprio e dos demais, como ocorreu com os microscópicos plânctons.

Se o próximo armagedon tiver causa natural, temos duas dicas possíveis para as pessoas que testemunharem o evento: 1. Relaxe; 2. Aprecie a paisagem. Todavia, se a população humana não quiser repetir o feito dos plânctons de ser a culpada pelo próximo fim do mundo, talvez ainda dê tempo de reverter, ou amenizar, ou mesmo adaptar-se à devastação que já começou (basta ligar a TV ou olhar pela janela para perceber).

Nesse caso, as dicas são outras: 1. Empoderem a ONU; 2. Confiem na ciência; 3.  Respeitem a natureza; 4. Combatam a desigualdade social; 5. Revejam as definições de lucro e poder.

 

Felipe Sampaio: chefiou a assessoria dos ministros da Defesa (2016-2017) e da Segurança Pública (2018);cofundador do Centro Soberania e Clima; foi secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife; atual diretor do SINESP no ministério da Justiça e Segurança Pública.

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