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Depois do golpe de 8 de janeiro, o que mais vem por aí? (por Mirian Guaraciaba)

Lula tem muito o que consertar

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Foto colorida mostra presidente Lula. Ele está com a mão na boca - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra presidente Lula. Ele está com a mão na boca - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Não é demais lembrar que, por muito pouco, o País livrou-se de tragédia ainda maior, sem precedentes, entre os povos indígenas. Dois milhões e 150 mil votos – de 121 milhões –  salvaram da extinção os Yanomamis e outras etnias. E vão tirar da miséria absoluta milhões de brasileiros. Reconstruir o País.

O que interessa é que Lula segue em frente.  O atendimento aos yanomami é crucial, e há muito mais a ser feito. Em 2021, no site da BBCNews Brasil, o repórter Fernando Duarte denunciava a trágica situação dos Piripkura, no Mato Grosso.

“Três sobreviventes são os últimos integrantes conhecidos de uma tribo indígena do Centro-Oeste, sob ameaça de “extinção iminente”, devido à pecuária e ao corte de madeira ilegais em sua reserva”, diz a BBC Brasil.

A retirada de garimpeiros das terras yanomami será tarefa árdua. São mais de 15 mil pessoas, segundo Flávio Dino. Mais de 20 mil, estima o arcebispo da Amazônia, Dom Leonardo Steiner, em informação enviada ao Papa Francisco.

Garante o ministro da Justiça que os garimpeiros estão de saída, mas a floresta é imensa e o acesso é extremamente complicado. O processo será longo, arrastado, sofrido. Quem manda nos garimpeiros e lucra com o ouro não está nas matas.

Bandidos bem mandados avançam sobre as reservas em todo o País, sem dó nem piedade. Terra de ninguém. Há muitas etnias reduzidas a poucos indivíduos no Brasil. Avá-canoeiro (Tocantins e Goiás), Kanoê, Akuntsu, os dois em Rondônia, entre outros. Levantamento feito pelo repórter Camilo Rocha, do jornal independente Nexo.

Meses antes da eleição do genocida, em abril de 2018, a Agência Brasil publicou extensa reportagem assinada por Pedro Peduzzi, mostrando que cerca de “um milhão de indígenas, de mais de 250 etnias distintas, vivem em 13,8% do território nacional”, sofrendo ameaças, invasões, violência e risco de perda de suas terras para mineradoras, latifundiários.

A história é velha. À cata de ouro e outras riquezas, Indígenas são ameaçados há séculos. Bolsonaro escancarou ainda mais as porteiras, e arregaçou a pouca vergonha. Clamou pela ocupação de terras demarcadas. Ainda deputado, candidato a presidente, e empossado, o meliante repetiu o mesmo discurso ano após ano: armas para todos e nenhum centímetro de terra para indígenas e quilombolas.

Lula tem muito o que consertar.

Juros, BC e Americanas – As Americanas devem R$ 43 bilhões para 16 mil credores. Rombo de responsa. Não apareceu um analista/comentarista da chamada grande imprensa para chamar a atenção dos três maiores acionistas, como puxam a orelha de Lula. Sicupira, Lemann e Marcel Telles ferraram milhares de trabalhadores. Lula não pode reclamar da alta de juros, sem ser duramente repreendido, e o BC alterar a tendência de inflação para cima. Preguiça.

 

Mirian Guaraciaba é jornalista

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